Goiás lança fundo de crédito para proteger empresas do tarifaço dos EUA
Novo programa vai liberar R$ 628 milhões em linhas de crédito para setores atingidos pela escalada tarifária norte-americana a partir de agosto
Na tarde desta terça-feira, no Palácio das Esmeraldas, o governador Ronaldo Caiado reuniu empresários e líderes do setor produtivo para detalhar o pacote de linhas de crédito emergenciais lançado pelo Governo de Goiás. As medidas buscam mitigar os impactos da nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, como carne, soja e derivados de aço, e posicionam Goiás como o primeiro estado a reagir ao chamado “tarifaço”.
No encontro, Caiado enfatizou o compromisso da gestão estadual em auxiliar empresas e trabalhadores diante do aumento das tarifas: ‘Somos um Estado que busca todos os mecanismos para auxiliar os empresários e os trabalhadores goianos. Essa é minha primeira preocupação como governador’, declarou.
O pacote inclui três principais frentes de crédito:
- Fundo Creditório
- Linha voltada a empresas exportadoras, especialmente as do setor agroindustrial.
- Serão disponibilizados R$ 628 milhões, provenientes de créditos de ICMS acumulados e de aportes do mercado financeiro.
- Os interessados utilizarão créditos tributários como garantia.
- A taxa de juros será de 10% ao ano, pelo menos três pontos percentuais inferior às lines federais como as do BNDES e Plano Safra.
- O início das operações está previsto para agosto, com apresentação do projeto em leilão oficial na B3, em 5 de agosto.
- Fundo de Equalização para o Empreendedor (Fundeq)
- Fundo criado em 2020 para subsidiar encargos financeiros de operações de crédito, especialmente para pequenas e médias empresas.
- Administrado pela Agência de Fomento de Goiás (GoiásFomento), apoia a manutenção de empregos, estimula o desenvolvimento empresarial e reduz os custos de crédito.
- Fundo de Estabilização Econômica
- Reserva financeira para situações de crise, garantindo recursos para a continuidade dos serviços essenciais do Estado e minimizando o impacto sobre empresas e empregos.
Caiado reiterou a importância do empresariado nos avanços econômicos do Estado e afirmou: ‘Se hoje temos um Estado cada vez mais industrializado e moderno, é graças a vocês. O nosso objetivo é resgatar a condição de tranquilidade de trabalhadores e empresários.’
Como contrapartida às linhas, todas as empresas beneficiadas devem manter empregos durante o período de acesso ao crédito. Os recursos podem ser usados para capital de giro, investimentos e ampliação da capacidade produtiva. Entre as atividades contempladas estão produção de minerais, setor agrícola, indústria de alimentos e criação de bovinos.
Participaram do encontro dirigentes de diversas entidades setoriais, incluindo Fieg, CNI, Adial, Aprosoja e prefeitos da capital e interior. Lideranças elogiaram a celeridade estadual: ‘Impressionante a ferramenta apresentada e muito importante ter um governador que pensa com antecipação’, afirmou Flávio Rassi, da Fieg.
Além das linhas de crédito, foi criado um comitê composto por seis secretarias para mapear as cadeias econômicas mais impactadas, dialogar diariamente com empresários e definir as áreas estratégicas prioritárias para o repasse dos recursos.
A expectativa é que as primeiras liberações aconteçam a partir de 6 de agosto. Segundo dados do Instituto Mauro Borges, só neste ano Goiás exportou mais de US$ 337 milhões para os EUA, especialmente carnes (61%) e aço (11%).
