Goiás fica em 9º lugar com maior número de feminicídios
Goiás fica em 9º lugar em todo o país com o maior número de feminicídios registrados no último ano, aponta levantamento do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos (MDH). Somente de janeiro a março deste ano, foram 16 casos registrados pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP). Em 2019, foram 41 assassinatos, em 2020, 43, e ano passado, 53 casos.
O feminicídio é o tipo de crime violento que mais tem crescido no Estado nos últimos quatro anos, aponta o último Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em comparação a outras ocorrências registradas, as modalidades de crimes caíram entre 2018 e 2021, mas os casos de feminicídio registram um aumento de 50% nas ocorrências.
Violência doméstica
De acordo com a delegada, existem três situações nas quais a violência sexual ocorre. Um deles é chamado estupro de rua, que acontece quando a vítima não tem vínculo com o agressor e geralmente é escolhida aleatoriamente. Também existe o estupro do ciclo social. Este ocorre no momento em que a vítima e o autor não são próximos, mas dividem sempre o espaço por conta de amigos em comum ou emprego, exemplo: amigo de um amigo ou ex-colega de trabalho.
Além disso, o estupro na constância de uma união. “Então, caso a mulher não se sinta à vontade em manter relação sexual com seu marido e, ela seja constrangida mediante violência ou grave ameaça a fazê-lo, há sim o crime de estupro”, explica a delegada.
Plano de Enfrentamento
A Secretaria de Desenvolvimento Social de Goiás (SEDS) lançou na última semana o 1º Plano Estadual de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Segundo a pasta, o instrumento é resultado de uma ação articulada pelo Comitê Gestor formado por representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, do Ministério Público, da sociedade civil, incluindo entidades religiosas e de universidades.
Entre as diretrizes do plano, estão prevenção, sensibilização e educação sobre a violência doméstica como uma questão estrutural e histórica de opressão das mulheres; a formação e capacitação de profissionais para a prevenção e o enfrentamento à violência contra a mulher; a investigação, punição e monitoramento das agressões; e a estruturação das redes de proteção e atendimento às mulheres em situação de violência doméstica nos estados, nos municípios e no Distrito Federal.
A tenente-coronel Neila de Castro, do batalhão Maria da Penha, ressalta a atuação e os resultados da Polícia Militar no enfrentamento da violência contra a mulher. “A PM, por meio do batalhão Maria da Penha, faz o primeiro atendimento e o acompanhamento das medidas protetivas”, explica.
Denúncia
Para denunciar casos de violência doméstica ou para tirar dúvidas, basta entrar em contato com a Central de Atendimento à Mulher pelo 180. A ligação é gratuita e confidencial. Funciona 24 horas por dia, de segunda a domingo, em todo o Brasil. O serviço é da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do MDH.