PolíticaCâmara de Aparecida de Goiânia

Presidente da Câmara, Gilsão Meu Povo, rebate articulação por CEI e diz que caso AparecidaPrev “já está totalmente investigado”

Após divulgação de que um vereador estaria reunindo assinaturas para abrir uma CEI, presidente da Câmara esclarece que o caso está nas mãos do Ministério Público, PF e TCM e que não há fato novo que justifique nova investigação

Por Matteus M. Pereira Marçal
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A discussão sobre a possível abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a aplicação de cerca de R$ 40 milhões do AparecidaPrev ganhou repercussão após uma matéria publicada por outro veículo local citar que vereadores estariam reunindo assinaturas para dar início ao processo.

Diante da notícia e da repercussão que tomou força nas redes sociais e em bastidores da política municipal, o presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, Gilsão Meu Povo, decidiu se manifestar publicamente para esclarecer a posição institucional da Casa e o que de fato está acontecendo nos bastidores do Legislativo.

Segundo o presidente, não há pedido oficial, não há tramitação interna e, sobretudo, não existe justificativa técnica para reabrir uma investigação de um caso que já está nas mãos dos órgãos competentes. “Nenhum vereador me procurou para falar do assunto”, afirmou.
A fala faz referência à aplicação realizada na gestão anterior, hoje já investigada por diversas instâncias federais e estaduais, inclusive com um dos responsáveis preso.

Eu, como presidente da Casa, não vejo significado nenhum em abrir uma CEI pelo fato de o caso já estar nas mãos do Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal, Tribunal de Contas dos Municípios e Polícia Federal. Vamos investigar o quê? Prender quem já está preso?“

A polêmica começou depois que um vereador afirmou estar recolhendo assinaturas para instalar uma CEI. A divulgação gerou ruído político, receio entre servidores municipais e uma sensação de que uma nova investigação estaria para ser aberta.

No entanto, na Câmara, nenhum documento oficial chegou à presidência, e a maior parte dos vereadores, segundo o próprio Gilsão, não manifestou apoio à ideia.

Já conversei com mais de 50% dos vereadores e ninguém trouxe esse assunto oficialmente. Só ouvi comentários, nada concreto”, afirmou.

A manifestação pública de Gilsão, portanto, ocorre para responder à matéria do outro jornal, evitar interpretações erradas e garantir que a população entenda o cenário real.
Em entrevista concedida durante solenidade de entrega de viaturas à Guarda Civil Municipal, Gilsão explicou que não se trata de “fugir da responsabilidade”, mas sim de manter a racionalidade institucional.

Essa CEI seria vazia. O caso já está sendo apurado, documentado e acompanhado por quem tem poder de investigação criminal. A Câmara não é delegacia, não é Ministério Público e não é Tribunal. Seria desgaste desnecessário.”

Para ele, o Legislativo não deve assumir tarefas que já estão sendo conduzidas por instituições com autonomia e estrutura para investigações desse porte.

Para esclarecer possíveis dúvidas da população, o Diário Goiás em Destaque preparou uma entrevista estruturada com Gilsão Meu Povo. As respostas foram retiradas da fala original do presidente.

Existe justificativa concreta para a abertura de uma CEI neste momento?
Não. Aconteceu na gestão passada, já está investigado por MP, MPF, TCM e Polícia Federal. A CEI seria vazia. Já tem gente presa. O que a Câmara vai investigar além disso?

Alguns vereadores afirmam que estão reunindo assinaturas. O senhor confirma esse movimento?
Desconheço isso. Esse número de 14 assinaturas é falso. Já falei com mais de 50% dos vereadores e ninguém tratou do assunto comigo.

Há risco de desgaste para a Câmara?
Sim. Abrir CEI demanda tempo, estrutura e dinheiro público. Para investigar o que já está investigado, é desgaste desnecessário.

O senhor sabia da aplicação na época da gestão anterior?
Não. Se eu disser que sabia, estou mentindo. Nunca fui comunicado. Ninguém poderia prever que um banco iria falir.

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