Fome em Gaza atinge fase mais crítica; Israel e Hamas divergem sobre entrada de ajuda humanitária

Da Redação
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A fome na Faixa de Gaza alcançou o estágio mais grave da escala internacional de segurança alimentar, sendo classificada como uma catástrofe pela ONU. A região, que enfrenta intensos combates desde outubro de 2023, sofre com severas restrições à entrada de alimentos, água e medicamentos, afetando mais de 2,1 milhões de pessoas.
Relatórios apontam que pelo menos 20% das famílias estão em situação de fome extrema, e 16,5% das crianças sofrem de desnutrição aguda grave apenas na capital do território. Já são confirmadas 147 mortes por fome e desnutrição, sendo 88 delas de crianças — números que podem ser ainda maiores diante das dificuldades de monitoramento. Na última segunda-feira (28), Israel afirmou que 120 caminhões com ajuda humanitária entraram em Gaza no domingo anterior. O Hamas, no entanto, contesta e diz que apenas 73 veículos cruzaram a fronteira, além de relatar saques e falhas nos lançamentos aéreos de ajuda, que teriam caído em áreas de combate.
Israel anunciou pausas diárias em algumas regiões para permitir a entrada de ajuda, mas agências internacionais afirmam que o volume atual está longe do necessário. Segundo estimativas, seriam precisos de 500 a 600 caminhões por dia para conter o avanço da fome.“O uso da fome como arma de guerra é inaceitável”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres. Organizações internacionais cobram um cessar-fogo e a liberação total das rotas humanitárias. Especialistas alertam que, sem mudanças concretas e imediatas no cenário, o número de mortes por fome e doenças continuará a crescer. A população de Gaza — composta por mais de 2,1 milhões de pessoas — enfrenta um colapso generalizado de infraestrutura, com hospitais sem suprimentos, redes de água destruídas e sistemas de saneamento comprometidos.