Ex-comandante do Exército revela tentativa de Bolsonaro de anular eleições de 2022 em depoimento à Polícia Federal

Da Redação
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Em um depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, trouxe à tona informações cruciais sobre tentativas de anulação das eleições de 2022 por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro. O general afirmou que após o segundo turno das eleições, Bolsonaro convocou reuniões no Palácio do Alvorada com os chefes das Forças Armadas para discutir estratégias nesse sentido.
De acordo com informações obtidas pelo jornal Estadão, Freire Gomes colocou Bolsonaro no centro das articulações golpistas, mencionando que o ex-presidente apresentou ideias que incluíam o uso de institutos jurídicos como GLO (Garantia da Lei e da Ordem), estado de defesa e sítio em relação ao processo eleitoral.
O general prestou depoimento em 1º de março e detalhou que Bolsonaro informou que a minuta em questão estava em estudo e que depois reportaria a evolução aos comandantes.
Segundo o relato de Freire Gomes, o convite para a reunião foi enviado pelo próprio Bolsonaro, através do então ministro da Defesa, Paulo Nogueira. O tema da reunião não foi inicialmente informado aos convidados, e o encontro ocorreu na biblioteca do Palácio do Alvorada.
O ex-comandante também mencionou a existência de uma versão alternativa do documento discutido em outra reunião, que propunha a decretação do estado de defesa e a formação de uma comissão de regularidade eleitoral para investigar a “conformidade e legalidade” das eleições.
Durante o depoimento, Freire Gomes esclareceu que sempre deixou claro a Bolsonaro que o Exército não participaria da implementação dessas medidas visando reverter o processo eleitoral, enfatizando que Bolsonaro não teria base jurídica para anular o resultado da eleição.
Além disso, mensagens obtidas pela Polícia Federal revelam que o general Walter Braga Netto, ex-vice na chapa de Bolsonaro e ex-ministro da Casa Civil, liderou uma campanha velada de pressão sobre oficiais das Forças Armadas que rejeitaram aderir ao plano golpista.
Diante desses relatos, o depoimento do general Freire Gomes traz à tona uma série de revelações que prometem repercutir amplamente no cenário político nacional, evidenciando a complexidade e gravidade das tensões institucionais ocorridas no período pós-eleitoral de 2022.