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Ex-cabo expulsa da PM vai registrar ocorrência por ataques via internet

Segundo o advogado da ex-cabo, as mensagens recebidas pela cliente incluem crimes como calúnia, difamação, injúria e até ameaça

Expulsa da Polícia Militar no último dia 12, acusada de, mesmo estando de licença para tratamento de saúde, ter frequentado eventos sociais e compartilhado uma rotina de malhação pesada na internet, a ex-cabo Andressa Christine Medeiros dos Santos, de 33 anos, afirmou que pretende registrar ocorrência por conta de ataques que estaria sofrendo nas redes sociais.

“Venho por meio desta informar aos que estão me hostilizando com palavras de calão que seus perfis estão sendo devidamente encaminhados à Delegacia de Crimes de Internet, e os senhores serão responsabilizados por seus atos”, avisou a ex-PM em um storie postado no Instagram.

“Minha orientação foi printar todos os comentários e me enviar, para que eu analise se configura ou não crime. Caso sim, ela acionará, sim, a Polícia Civil”, explicou o advogado Fabio Tobias, que também defende Andressa no processo em que ela contesta a exclusão de corporação. Segundo o profissional, Andressa Christine em dois momentos: como musa de banda e com a farda da PM

O desabafo de Andressa não parou na promessa de recorrer às autoridades a respeito dos comentários dos quais vem sendo alvo. “Não espero que me adorem, menos ainda que me odeiem, viso apenas esclarecimentos dos fatos. No momento, isso só é importante para a minha vida, não afeta a mais ninguém. Dito isso, não vejo motivos para alguns serem perversos em seus comentários”, escreveu a ex-policial.

As manifestações no perfil da ex-militar, porém, não são apenas negativas, como ela própria reconhece. “Gostaria de agradecer a todos que estão, através de palavras de bom ânimo, me apoiando, até mesmo sem me conhecer. Ser uma pessoa boa é dádiva de Deus. Estou devagar respondendo a cada um individualmente, muito obrigado pelo companheirismo de vocês. E, aos que nada comentam, muito obrigado também, porque ao menos não me tratam mal”, ponderou Andressa.

Quando o caso foi revelado pelo EXTRA, na última terça-feira, a ex-PM somava cerca de 1.900 seguidores no perfil em que foi feito o desabafo, no qual ela se apresenta como bailarina e atleta. Dois dias depois, o número quase triplicou, chegando a mais de 5.500. A postagem mais recente é da noite desta quinta, quando ela compartilhou uma página do EXTRA que anuncia a intenção de recorrer da expulsão. “Seguimos em guerra e buscando a paz”, diz a publicação.

Segundo o advogado Fabio Tobias, a estratégia para reverter a exclusão dos quadros da PM será acionar a Justiça Comum contra a medida, enquanto recursos em âmbito administrativo também são estudados. A defesa da ex-policial alega que ela tinha respaldo médico para praticar todas as atividades e que o processo interno que culminou na exclusão da corporação foi marcado por “perseguição”.

“Foi um processo eivado de vícios, do início ao fim. Na Comissão de Revisão Disciplinar (CRD), vencemos por 3 a 0, com todos os oficiais julgadores concordando com a Andressa. Ela tinha respaldo médico, tanto de profissionais civis quanto da própria PM, para fazer atividades físicas e até para desfilar durante o carnaval”, assegura Fabio Tobias.

O desfile mencionado pelo advogado refere-se ao posto de musa da banda Amigos da Barra ocupado por Andressa, conforme atestam vários registros na rede social da ex-PM. Segundo o texto em que consta a expulsão, publicado em boletim interno, ela chegou a participar de eventos do grupo meses depois ser afastada por conta de um ferimento por arma de fogo no pé, “ocasião em que aparece dançando e utilizando calçado alto”, informa o documento.

De acordo com o boletim, enquanto marcava presença em atividades sociais e postava fotos até mesmo como musa da banda durante o carnaval, a ainda policial enfileirou três períodos de afastamento de um mês cada. Em janeiro de 2019, Andressa foi autorizada a retornar ao trabalho, mas na categoria “apto B”, com restrições para exercícios físicos e longa permanência em pé. Mesmo assim, ela voltou a participar de eventos da Amigos da Barra nos dias 13 e 27 daquele mês. “Através de imagens”, pontua o texto, foi observado que a PM estava “sem lesões aparentes”, “dançando com calçado de salto alto” e exercendo “o cargo de musa da aludida banda”. Para a PM, ao agir desse modo, ela demonstrou “má-fé e deslealdade à administração militar estadual”.

A ex-PM foi aprovada na corporação em um concurso de 2010, aos 21 anos, e passou de fato a trabalhar em 2012 — uma relação de uma década, portanto. O último salário, pago em fevereiro, foi de R$ 10.441,52, passando para R$ 6.578,40 após os descontos.

*Informações de Extra

GED

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