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EUA realizam primeiro ataque no Pacífico contra barco suspeito de tráfico de drogas

Ação marca expansão da ofensiva antidrogas americana, até então concentrada no Caribe; duas pessoas morreram no ataque

Uma ofensiva inédita do governo dos Estados Unidos marcou a expansão de sua campanha militar contra o narcotráfico para o Oceano Pacífico. O ataque, realizado na noite da última terça-feira (21/10) e confirmado nesta quarta (22) pelo secretário de Defesa Pete Hegseth, teve como alvo um barco suspeito de transportar drogas próximo à costa da América do Sul.

De acordo com Hegseth, a embarcação foi identificada por serviços de inteligência americanos como parte de uma rota conhecida de contrabando de narcóticos. “Narco-terroristas que pretendem trazer veneno para nossas praias não encontrarão porto seguro em nenhum lugar do nosso hemisfério”, afirmou o secretário nas redes sociais. O ataque deixou duas pessoas mortas, segundo comunicado do Pentágono.

A ação representa a primeira ofensiva americana no Pacífico desde o início da nova política de combate ao tráfico, lançada ainda no governo Donald Trump, e ocorre após várias operações semelhantes no Caribe, que já resultaram em 32 mortes. Apesar disso, Washington não detalhou a quantidade de drogas apreendidas nem as evidências específicas que justificaram o uso de força letal.

A estratégia militar tem gerado controvérsias dentro e fora dos Estados Unidos. Especialistas jurídicos questionam por que as Forças Armadas — e não a Guarda Costeira, responsável pela aplicação da lei marítima — estão conduzindo os ataques. Para juristas e organizações de direitos humanos, a abordagem fere protocolos internacionais e aumenta o risco de mortes de civis.

A escalada militar ocorre em meio a tensões diplomáticas crescentes entre os EUA e países da América do Sul, especialmente Venezuela e Colômbia. Trump acusa o presidente Nicolás Maduro de manter ligações com cartéis de drogas, justificando a presença de navios de guerra americanos na costa venezuelana. Nesta semana, o ex-presidente americano também atacou o líder colombiano Gustavo Petro, chamando-o de “líder do tráfico”. Petro respondeu, afirmando que Trump é “ignorante” e que defende a vida e a justiça social.

A ofensiva marca um novo capítulo na guerra ao narcotráfico dos Estados Unidos, ampliando o campo de operações militares e reacendendo o debate sobre os limites da política antidrogas americana.

GED

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