Entorno de Lula trabalha com duas opções de ministério para Rodrigo Pacheco
Da Redação
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Após a derrota da esquerda e o fortalecimento do Centrão nas últimas eleições municipais, cresceu a pressão de conselheiros e aliados de Luiz Inácio Lula da Silva por mudanças no governo. Essas mudanças, que seriam uma espécie de reforma ministerial, visam dar um “freio de arrumação” na administração, fortalecer a base governista no Congresso Nacional e preparar o terreno para a candidatura à reeleição de Lula, prevista para 2026.
Além disso, a reforma também buscaria contemplar políticos que estão envolvidos nas articulações para as mudanças de comando na Câmara dos Deputados e no Senado, cujas eleições para as respectivas presidências acontecerão em fevereiro de 2025. Entre os nomes citados, destaca-se o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que provavelmente será substituído por Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), também aliado do governo e que tem grande influência no cenário político.
Aliados de Lula indicam que uma reforma ministerial pode ocorrer no início de 2025, reorganizando o governo para a segunda metade do mandato presidencial. Nesse cenário, um dos nomes mais cotados para assumir um novo cargo seria Rodrigo Pacheco, que está de saída da presidência do Senado. Há duas opções sendo analisadas para o futuro político de Pacheco:
Ministério da Justiça: A primeira alternativa é convidá-lo para assumir o cargo de Ministro da Justiça, substituindo Ricardo Lewandowski, que teria manifestado o desejo de deixar a função. Essa troca não geraria grandes tensões dentro do governo, já que Lewandowski indicou que sairia do cargo, especialmente após o início da tramitação da PEC da Segurança Pública, proposta que pode ser tratada por governadores e que implicaria em uma mudança no enfoque da política de segurança.
Ministério de Minas e Energia: A segunda alternativa seria nomear Pacheco para o Ministério de Minas e Energia, onde ele substituiria Alexandre Silveira (PSD). No entanto, essa substituição envolveria mais custos políticos, uma vez que Silveira tem mostrado um desempenho positivo à frente da pasta, com um perfil político ambicioso e uma relação estreita com o chefe da Casa Civil, Rui Costa. Além disso, Pacheco e Silveira pertencem ao mesmo partido (PSD) e têm uma história política em comum em Minas Gerais, mas as rivalidades políticas entre eles estão em ascensão, o que poderia dificultar a troca de ministros nesta pasta.
A principal razão para o governo considerar o Ministério da Justiça como a primeira opção para Pacheco é a relação mais amigável entre o senador e Lewandowski, e a menor tensão política envolvida na substituição. Já a mudança para Minas e Energia tem uma implicação maior, dado o cenário de disputas internas dentro do PSD e a crescente rivalidade entre Pacheco e Silveira.
Essa análise sobre a possível troca de ministérios reflete um momento de reorganização do governo de Lula. O fortalecimento do Centrão e a necessidade de envolver mais partidos do centro na candidatura à reeleição de Lula exigem articulações políticas complexas. Pacheco, um nome de peso dentro do PSD e uma figura com boas relações no Senado, seria uma peça importante para amarrar essa aliança, ao mesmo tempo que o governo tenta equilibrar os interesses internos e externos.
A mudança também pode ser vista como uma forma de preparar o governo para os desafios do segundo mandato de Lula, em um cenário político e econômico mais exigente, enquanto tenta ampliar a base de apoio entre os partidos do Centrão e neutralizar possíveis disputas internas, como as que envolvem o PSD e os diferentes grupos políticos em Minas Gerais.