Economia & Negócios

Endividamento das famílias brasileiras volta a subir e atinge 78,2% em maio

Da Redação
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O endividamento das famílias brasileiras voltou a crescer no último mês de maio, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa mostrou que 78,2% das famílias estão endividadas, contra 77,6% registrados em abril, marcando a segunda alta consecutiva do indicador em 2025. Além do aumento nas dívidas, também houve um crescimento da inadimplência, ou seja, de famílias com contas em atraso. De acordo com a CNC, 12,5% dos entrevistados afirmaram que não terão condições de pagar o que devem, o que indica um agravamento na situação financeira dos lares brasileiros.
Entre os tipos de crédito mais utilizados, o cartão de crédito continua liderando com ampla margem. Ele foi citado por 83,6% dos endividados como principal fonte das dívidas. Em seguida, aparecem os carnês (17,2%) e o crédito pessoal (10,6%). Os números mostram que mesmo modalidades de crédito com juros elevados continuam sendo amplamente utilizadas, muitas vezes para cobrir despesas básicas do dia a dia.

Risco de fragilidade financeira aumenta

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, os dados mostram uma tendência preocupante. “Apesar de o percentual de endividados ter ficado abaixo do registrado em 2024, o avanço na inadimplência evidencia um aumento da fragilidade financeira das famílias”, alertou.
O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, complementa dizendo que o cenário pode se agravar.
“As projeções da CNC indicam que o endividamento das famílias deve continuar crescendo ao longo de 2025. No entanto, a expectativa de alta também da inadimplência pode desacelerar esse movimento”, explicou.
Tavares destacou ainda que a situação pode ser impactada por novos programas de crédito do governo federal, que, embora tenham o objetivo de estimular o consumo e a economia, também podem elevar o comprometimento da renda das famílias.

Pressão sobre a renda

O aumento das dívidas e da inadimplência ocorre em um contexto de pressão sobre o orçamento doméstico. Com o custo de vida ainda elevado e o rendimento médio das famílias avançando lentamente, muitos brasileiros estão recorrendo ao crédito para pagar contas básicas, como alimentação, aluguel e energia elétrica.
Diante desse cenário, especialistas apontam a necessidade de políticas públicas voltadas à educação financeira e ao incentivo do consumo consciente. A falta de planejamento financeiro e o uso excessivo de crédito rotativo, como o do cartão, contribuem para que as dívidas se tornem impagáveis a médio prazo.

GED

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