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Em entrevista, Ronaldo Caiado anuncia vinda de ministro da Infraestrutura para vistoriar estradas

Governador recebe Tarcísio Gomes de Freitas no dia 17 e Osmar Terra (Cidadania) no dia 25; Caiado falou aos ouvintes da Rádio Difusora na manhã desta segunda-feira (14)

O governador Ronaldo Caiado (DEM) concedeu na manhã da segunda-feira (14) entrevista à edição regional do Jornal Brasil Hoje, da Rádio Difusora – Rede Católica de Rádio (95,5FM | 640 AM), apresentado pelo Padre Jesus Flores. Caiado confirmou que o Ministro da Cidadania, Osmar Terra, irá se reunir em Goiânia, no dia 25 de janeiro, com o secretário Marcos Cabral e representantes da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG). Na pauta, a rediscussão de todos os programas sociais, com objetivo de implantá-los nas regiões mais carentes. “Faremos reunião conjunta, para que o ministro dê prioridade a Goiás e possamos implantar os programas sociais. Ainda temos um percentual constrangedor de linha de pobreza e queremos diminuir isto com urgência”, disse à Rádio Difusora.

O governador confirmou à Rádio Difusora que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), estará nesta quinta-feira (17/01), em Goiás, para vistoriar trechos da BR-060 que liga Rio Verde, Jataí e Mineiros e BR-452, ligação entre o sul e o sudoeste do estado. “As rodovias federais estão em situação crítica”, sintetizou.

Caiado também detalhou aos ouvintes o diálogo que manteve com o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, no sentido de avançar na liberação de novos leitos de UTI e buscar ampliação orçamentária para os hospitais goianos. Ele pontuou que “a concentração de atendimento em unidades de Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia levou à situação de colapso total”. Afirmou que está “tomando as medidas necessárias para avançarmos no atendimento para população do norte e nordeste de Goiás”.

“Vandalismo administrativo” – Questionado sobre a condição em que recebeu o Estado, Caiado afirmou ainda que a situação é de “vandalismo administrativo”. “Deterioraram e destruíram toda a estrutura do Estado, quebrando o princípio da ética, transparência e eficiência. Onde se pisa é um terreno pantanoso. Além das denúncias que chegam a todo instante, há uma dívida de R$ 3,4 bilhões, enquanto nos cofres têm apenas R$ 11 milhões. Veja o quadro no qual os governos anteriores transformaram o Estado de Goiás”, lamentou.

Segundo o governador, a dívida advém principalmente do descumprimento completo do orçamento e da incapacidade de gerar receita. “No ano eleitoral, extrapolaram em autorizações e pagamentos feitos. No meio no ano, o TCE deu alerta para que contingenciassem, porque o orçamento não chegaria até o final do ano. Mas continuaram com o pé no acelerador e, ao ver que não iam conseguir, buscaram aparar o que deviam”, comentou. Caiado frisou que os prefeitos de municípios do interior estão há 13 meses sem repasses da Saúde e 10 meses sem repasses da Educação. Donos de faculdades estão há 12 meses sem receber, acumulando uma dívida de 76 milhões, além dos atrasos nas organizações sociais e unidades como o Materno-Infantil. “É um colapso generalizado”, definiu.

O governador Caiado frisou que a folha de pagamento do mês de dezembro sequer existe, porque não foi empenhada pela administração anterior. Quanto ao atraso salarial, Caiado observou que cogita todas as alternativas possíveis. “Sou uma pessoa muito transparente; não sou homem de esconder atrás de mentiras. Eu não tenho sequer condições de contrair empréstimo. Nós estamos atualmente na pior categoria, letra D, junto ao Tesouro Nacional”, explicou. No entanto, o governador foi categórico: “Assumo a responsabilidade, mas não fui o causador.”

Comissão – Ainda na entrevista, o governador Ronaldo Caiado confirmou que uma comissão de técnicos do Tesouro Nacional estará em Goiás, hoje (14/01), para analisar as contas públicas, a fim de traçar um diagnóstico e estudar o socorro possível. “Aguardo este relatório para ter um quadro completo da nossa saúde financeira e, assim, buscar a alternativa mais rápida para pagar os servidores públicos”, garantiu.

Lembrou ainda que também chega nesta segunda-feira (14/01), em Goiânia, Henrique Ziller, para comandar a Controladoria Geral do Estado (CGE), como parte do esforço para reequilibrar as contas públicas. Ele é auditor de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU) e foi indicado pelo presidente da Corte, José Múcio Monteiro. Segundo informou, todas as secretarias já têm em funcionamento um sistema de compliance público, e processo de auditoria direta nas pastas.

Caiado aproveitou a ocasião para celebrar o termo de cooperação técnica assinado pelo Governo de Goiás e municípios para recuperação da malha viária estadual. “É uma ação que também irá auxiliar as rodovias do sudoeste goiano, cuja situação está lamentável, e são vias fundamentais para o escoamento de colheita da safra”, disse.

Prioridades – Ele pontuou também as prioridades para o início do governo: “Queremos dar condições mínimas para os alunos da rede estadual, cujo ano letivo começa em 21 de janeiro. Vamos montar uma estrutura básica para a área de saúde e trazer a dignidade ao cidadão. Sei da situação grave da segurança pública em nosso estado e vamos focar no combate à criminalidade.”

Apesar da situação crítica, Caiado reiterou que Goiás tem potencial para ser um dos melhores Estados do país, mas que, para isso, “precisamos de uma reforma profunda, uma reforma radical. As desigualdades regionais se acentuam, a criminalidade avança, com o narcotráfico sequestrando nossos jovens”. Caiado observou que a estrutura do Estado foi montada, no último ciclo, para atender a interesses pessoais e políticos.

O governador agradeceu o apoio que recebeu da Assembleia Legislativa: “Fui o único governador do País que conseguiu, ainda na legislatura anterior, avançar com matérias que são importantes para a recuperação financeira. Consegui reduzir incentivos e garantir uma arrecadação maior na ordem de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão para os cofres públicos. Consegui que os deputados prorrogassem a aprovação do Orçamento para fazer uma gestão compatível com a realidade”.

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