Política

Em audiência pública Kátia Maria debate enfrentamento à violência doméstica

Ela apresentou cartilha para público juvenil

A vereadora Kátia Maria (PT) promoveu, nesta quinta-feira (27/4), uma audiência pública para discutir o enfrentamento à violência doméstica. O objetivo, segundo a parlamentar, foi debater ideias para que meninos e meninas se respeitem mutuamente e desaprovem comportamentos violentos, principalmente entre as famílias de maior vulnerabilidade.

Na ocasião, ela lembrou que em Goiás o feminicídio aumentou pelo quarto ano consecutivo. “Em 2022, foram 57 ocorrências, um crescimento de 58% em relação a 2018”, disse, citando recente levantamento da Secretaria de Estado de Segurança Pública Governo de Goiás. 

A parlamentar destacou ainda que o crime de estupro também subiu, de 278 registrados em 2021 para 322 no ano passado. “Se incluirmos outros tipos de violência como ameaça, lesão corporal e crimes contra a honra, os números chegam a 38.470 vítimas”, pontuou, ao lado de mulheres de diversos órgãos estaduais e municipais e de entidades ligadas ao direito das mulheres.

“Não podemos aceitar que, em pleno século 21, todos os dias os noticiários tragam casos de assédios, agressões, abusos, estupros e até mesmo de feminicídios”, alertou a vereadora, acrescentando que a violência doméstica é um problema que precisa ser enfrentado de forma urgente, através da repressão, mas também de políticas públicas integradas de educação, de saúde e de geração de emprego e renda para que as mulheres tenham sua dignidade assegurada e possam viver de forma digna.”

Kátia também lembrou que dados divulgados pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Brasil permanece como uma das nações mais violentas do mundo para as mulheres. Um estudo apresentado pela Rede de Observatórios da Segurança (de 6 de março de 2023), revela que, em 2022, o Brasil registrou 2.423 casos de violência contra a mulher, sendo que 495 terminaram em morte.

Linguagem lúdica

Na oportunidade, Kátia Maria apresentou também uma cartilha desenvolvida em formato de história em quadrinhos pelo Instituto Maurício de Souza em parceria com o Instituto Maria da Penha e o Ministério da Justiça. 
 
Voltada para o público infanto-juvenil, a HQ traz personagens conhecidos do universo da Turma da Mônica e aborda com uma linguagem simples, lúdica e de fácil acesso e compreensão a temática da violência doméstica familiar contra mulheres.”Essa cartilha vai ajudar, através da conscientização, a reduzir os altos índices de violência contra a mulher, fazendo com que mulheres e meninas entendam de fato quando estão sendo assediadas, abusadas ou violentadas física, emocional e psicologicamente”, explicou Kátia. 
 
Presente na audiência, a defensora pública Tatiana Bronzato, coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa e Promoção dos Direitos da Mulher, reforçou que a importância de uma cartilha como essa é que ela atinge vários públicos e faixas etárias. “Adolescentes e crianças, que são até mais vulneráveis pelo parco amadurecimento emocional que tem, podem perceber a existência dessas violências em seus próprios lares e aprender como denunciar e se proteger”, afirmou.
 

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