Nacional

Consórcio: modelo existe no Brasil desde 1961 como uma forma de se investir e adquirir um bem

O consórcio possibilita a aquisição programada de bens móveis, imóveis ou serviços de forma auto financiada

Não é raro a sensação amarga de desejar adquirir algo e não ter o valor total para conseguir efetivar a compra. Isso pode acontecer com aquela vontade de comprar um carro novo, uma casa, ou até mesmo um computador ou fazer uma viagem. O consórcio surgiu como uma alternativa para conseguir atingir esses objetivos em grupo e hoje, pode ser usado até mesmo como uma alternativa de investimento.

ORIGEM

No Brasil, o consórcio surgiu em 1961, em Brasília, como uma ideia de dois funcionários do Banco do Brasil, Luiz Henrique Horta e João Francisco Costa Meirelles, que resolveram reunir um grupo de pessoas interessadas em comprar um carro.

Entre os anos de 1950 e início dos anos 1960, o mercado de automóveis estava em alta, e com isso, muitos brasileiros tinham o desejo de comprar um carro para si. Porém o acesso ao crédito era mais difícil e limitado. Com esse empecilho, o consórcio surgiu como uma solução.

O grupo foi criado e o modelo de consórcio se mostrou um sucesso, com grupos de até 700 pessoas juntas buscando adquirir o mesmo modelo de automóvel. Com o tempo, as instituições financeiras viram o potencial de transformar o consórcio em um produto, e com isso surgiram novas administradoras independentes, e esse surgimento trouxe maior adesão de brasileiros de várias regiões do Brasil, possibilitando a compra de vários novos automóveis.

Em 1967, como forma de regulamentar os consórcios foi criada a ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios) e algum tempo depois surgiu a SINAC (Sindicato Nacional dos Administradores de Consórcio), ambos fundados com o objetivo de trazer mais segurança aos negócios além de organizar tudo em um sistema.

COMO FUNCIONA

“Consórcio é um sistema de compra que possibilita a aquisição programada de bens móveis, imóveis ou serviços de forma auto financiada, com capital próprio, sem utilização de empréstimos e com parcelas sem juros” explica Alessandra da Silva, gerente de uma instituição financeira. Ou seja, de forma mais simples, o consórcio é um conjunto de pessoas interessadas na compra de um mesmo bem em comum, pagando mensalmente uma parcela até ser sorteado ou recebendo o valor do bem após a conclusão do grupo de consórcio.

Um exemplo prático a ser visto é o consórcio para a aquisição de um carro, escolhe um modelo e confere o valor da parcela e o tempo de duração da carta. Para os mais ansiosos, um consórcio com parcelas mais altas e menos tempo de duração é uma boa alternativa, já para os mais tranquilos, um grupo com parcelas mais baixas e maior duração pode ser a melhor opção.

É importante enxergar o consórcio como um investimento a longo prazo, já que o sorteio acontece uma vez ao mês, e pode ser que o consorciado demore a ter sua chance ou até mesmo só consiga o valor total após o final do grupo.

O foco inicial da ideia ainda se mantém o mesmo de 1961. “A principal vantagem dos consórcios é que não embutem juros e os custos tendem a ser mais baixos que os dos financiamentos.” Comenta Alessandra. Com as altas taxas e maior burocracia para se conseguir um financiamento, às vezes o consórcio pode ser a melhor alternativa.

PESQUISA

É importante levar em consideração suas prioridades. Para investir, o consórcio também se apresenta como uma opção. “O consórcio é um ótimo investimento em longo prazo, pois não tem os juros que o financiamento cobra. Assim, consórcio é investimento do tipo ideal para quem não tem disciplina na hora de economizar. E, também, para quem tem um bom capital em mãos e busca aumentar seu patrimônio a custos baixos”, comenta a gerente.

Por não ter o elemento de juros em um consórcio, e tendo como taxa apenas a de administração que é paga para a administradora gerir o grupo, o consórcio ganha cada vez mais espaço no mercado. Com o aumento da taxa Selic em 10,75%, passando pela primeira vez em quatro anos os dois dígitos, os empréstimos e financiamentos acabam se tornando alternativas muito caras.

Outra característica importante dos consórcios é a preservação do poder de compra do consorciado. O modelo de investimento está preparado para lidar com o cenário inflacionário, garantindo o poder de compra através de um reajuste no seu valor caso o bem de interesse sofra um aumento.

Hoje, o investimento contempla ainda mais alternativas de compra, existindo consórcios de bens duráveis, de viagem, compra de imóveis e até mesmo cirurgias plásticas.

É sempre bom ficar de olho nas alternativas fornecidas pelas instituições financeiras, analisando o valor cobrado pela taxa de administração e as disponibilidades que cada banco possui e analisar o que melhor se ajusta às necessidades.

GED

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo