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Conselho de Segurança da ONU renova força de paz no Líbano

Da Redação
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O Conselho de Segurança da ONU votou por unanimidade nesta quarta-feira pela prorrogação da missão de manutenção da paz no Líbano por mais um ano. A Força Interina da ONU no Líbano (Unifil), criada em 1978 para patrulhar a fronteira sul do Líbano com Israel, terá seu mandato renovado, que expiraria no próximo sábado. No entanto, os Estados Unidos, aliados de Israel, manifestaram a necessidade de revisar o mandato da operação no futuro.
O vice-embaixador do Líbano na ONU, Hadi Hachem, destacou a importância da votação unânime, descrevendo-a como um reflexo do interesse global na estabilidade do país. “É uma mensagem clara do conselho a favor da estabilidade e de um cessar-fogo. É um gesto de esperança para todos os libaneses que rejeitam a guerra, a violência e a destruição, e desejam uma chance para a paz”, afirmou Hachem.
A votação ocorreu poucos dias após intensos confrontos entre o grupo militante libanês Hezbollah e os militares israelenses, marcando uma das mais severas trocas de ataques dos últimos dez meses. A escalada de violência aumentou as preocupações sobre a possibilidade de um conflito regional mais amplo, especialmente em meio à guerra em Gaza.
Antes da votação, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, dirigiu um alerta ao povo libanês: “Vocês e seu governo têm uma escolha a fazer. Enfrentem o Hezbollah hoje ou vejam seu país ser arrastado para o caos e a destruição.” Danon instou o governo libanês a não permitir que o Hezbollah e o Irã determinem o futuro do Líbano, afirmando que Israel não hesitará em defender seu povo.
O mandato da Unifil foi expandido em 2006 com a adoção da resolução 1701, após um mês de guerra entre Israel e o Hezbollah. A resolução autorizou a missão a apoiar o Exército libanês na manutenção do controle sobre partes do sul do Líbano, assegurando que não houvesse armas ou forças não estatais na região. Isso gerou tensões com o Hezbollah, que continua a exercer controle efetivo sobre o sul do Líbano. O embaixador adjunto dos EUA na ONU, Robert Wood, apoiou a extensão do mandato, mas também pediu uma revisão futura, afirmando que “apoia nossa meta de redução da escalada regional, que agora é mais importante do que nunca”. A postura dos EUA sugere um desejo de reavaliar a eficácia da missão Unifil e seu impacto na dinâmica regional, especialmente à luz das recentes tensões.
Enquanto a Unifil continuará suas operações, a discussão sobre possíveis mudanças no mandato reflete a complexidade da situação no Líbano e o desejo de ajustar a abordagem internacional para garantir uma paz duradoura na região.

GED

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