Conselheiro da OAB de Goiás adverte que a linguagem da polícia deve mudar
Reflexão surgiu após agressão contra advogado
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Goiânia – O conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), especialista em linguística Carlos André Pereira Nunes advertiu nesta sexta-feira (23/7) que a “linguagem da polícia deve mudar imediatamente”. Ação ocorreu após episódio de violência policial contra um advogado, agredido em Goiânia mesmo após estar algemado e imobilizado, na última quarta-feira (21/7). “Agredir um advogado é agredir a cidadania”, afirma o linguista.
Em relação a essa mudança de linguagem, Carlos André sugere treinamentos da força policial, não somente do modo de agir, mas também quanto ao processo de comunicação.“Quando nós falamos em linguagem, nós falamos que toda e qualquer linguagem, seja ela verbal, a palavra, seja a linguagem não-verbal, desde as vestimentas até a perspectiva da violência, isso tudo está ligado à lógica do discurso”, disse.
“É bom lembrar que a palavra “polícia” vem de polis (cidade), é aquele que protege a cidade, que tem a função de proteção. Mas o que temos percebido é que a polícia assusta as pessoas, a linguagem policial é uma linguagem completamente equivocada e ela traduz um discurso de absoluta violência”, arremata o especialista em linguística.
O professor e linguista já redigiu, inclusive, em fevereiro deste ano, parecer a pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) com base em análise feita por ele sobre a linguagem policial. “A linguagem policial é uma linguagem que não traduz a importância que a polícia tem para o Estado brasileiro”, conclui Carlos André.