Economia & Negócios

Com dinheiro vivo em queda, hábitos cotidianos mudam e levantam debates sobre inclusão financeira

Transações digitais se tornam padrão e revelam impactos sociais no uso de cartões e apps

Entre pagamentos cada vez mais silenciosos e carteiras que cabem no bolso do celular, o uso do dinheiro em espécie segue encolhendo nesta quinta, dia 27, em um movimento que redesenha hábitos financeiros no Brasil e no mundo. A transição, antes vista como tendência, virou rotina. Em países como os Estados Unidos, mais de 60% das pessoas com renda acima de US$ 100 mil já abandonaram completamente as cédulas. No cenário brasileiro, a queda é ainda mais evidente: práticas que envolviam notas e moedas despencaram de 43% em 2019 para apenas 6% atualmente.
A popularização de carteiras digitais, transferências instantâneas e cartões aproximou o sistema financeiro de milhões de pessoas, mas também trouxe novos desafios. A agilidade das operações, aliada à redução de custos para imprimir, transportar e proteger cédulas, consolidou um modelo em que a movimentação de valores ocorre majoritariamente por meios eletrônicos. Plataformas que facilitam transações internacionais, como serviços que enviam recursos a corretoras no exterior com IOF reduzido e pagamento via PIX, se tornaram parte desse novo comportamento de investimento.
Apesar do avanço tecnológico, o desaparecimento gradual do dinheiro físico tem consequências sociais profundas. Gestos cotidianos, como deixar um trocado no chapéu de artistas de rua, fazer pequenas doações a quem vive nas calçadas ou comprar um lanche de um ambulante, ficaram mais raros. A falta de cédulas obriga intermediários digitais até para valores simples, encarecendo ou burocratizando interações que sempre foram diretas.A contradição aparece nos números: mesmo com a queda expressiva no uso diário, ainda circulam mais de 7,5 bilhões de cédulas e mais de 30 bilhões de moedas no país, totalizando mais de R$ 350 bilhões em espécie na economia.

GED

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