CNH Industrial Day: inovação do produto aos processos
Apesar do foco no segmento agrícola, a ação também teve apresentações que mostraram os avanços nas áreas da mecanização da construção, do transporte, da logística e no âmbito da eficiência energética. Até domingo, 1º, a CNH Industrial estará presente na cidade gaúcha de Esteio, durante a 42ª edição da Expointer, com produtos e serviços
Um campo aberto à inovação. Produtos cada vez mais alinhados às necessidades do agricultor. Foco em processos que gerem rentabilidade, economia de custos e presença de mercado. O que a inovação trouxe hoje é pensado como processo passível de melhorias. E o resultado pode ser observado na eficiência em campo. Para isso, o mote é pensar a inovação aberta, com ganho mútuo. Assim nasceu a parceria entre a CNH Industrial e o Pulse, hub de inovação já experimentado na estrada do agro. E os frutos começam a ser colhidos para benefício de agricultores, a partir da mesa de profissionais com visão orientada para a solução de problemas.
Sim, com metodologias ágeis em pequenas ações e atração de talentos, o hub aportou no agronegócio e vem com soluções que vão desde a otimização da irrigação, passando pela logística, até o controle para aplicação de insumos e de agentes biológicos. “Experimentamos uma mudança cultural, desde 2015, quando decidimos que a inovação de produto daria lugar a algo mais abrangente. O foco agora é em inovação aberta e ligada à tecnologia”, diz o executivo Sergio Soares, diretor de Engenharia e Desenvolvimento de Produtos da CNH Industrial.
Para chegar ao atual momento, explica Soares, foi preciso avaliar cenários e desafios do segmento agrícola, com foco na sustentabilidade e de modo disruptivo. “Ou seja, produto e conectividade, criando com foco nos processos de produção”, assegura. Ele e outros executivos da companhia participaram do CNH Industrial Day, em Piracicaba (SP), onde um grupo de jornalistas e influenciadores digitais do agronegócio puderam tomar contato com o que há de mais recente em termos de soluções aplicadas ao setor.
Em um único lugar, solução de precisão e telemática, monitoramento de colheita, software de gestão, além de piloto automático e controladores. E, ainda, precisão da máquina, mega trends de mercado, automatização, digitalização e energias alternativas. “Precisão da máquina resulta em milhões de Reais de economia de combustível, por exemplo”, atesta o diretor de Tecnologias Digitais da CNHI, Gregory Riordan, que também palestrou.
O executivo falou sobre a nova organização da CNH Industrial para o desenvolvimento de tecnologias digitais e os grandes desafios para o setor. E também sobre iniciativas para desenvolver a digitalização no campo e as principais tendências que a empresa pretende impactar, tendo o modelo de parceria como uma importante estratégia para alcançar este objetivo.
Inovação
A CNH Industrial, hoje entre as 10 empresas mais inovadoras do Brasil, foi eleita recentemente como a mais inovadora do setor automotivo e de veículos de grande porte (prêmio concedido pelo jornal Valor Econômico). Com fôlego, se uniu ao Pulse, hub de inovação da Raízen, em Piracicaba (SP), para disseminar o debate sobre a inovação em setores-chave da indústria e como ela é um propulsor para o desenvolvimento tecnológico e econômico. A empresa é patrocinadora do hub.
A parceria está ligada ao posicionamento de open innovation da CNH Industrial com o objetivo de integrar o grupo com outros parceiros que promovem as novas tecnologias de forma ampla, para todos os segmentos da economia e da sociedade. “O Pulse é um agente de promoção da inovação e propõe um caminho para novos empreendedores e inovadores, além de fazer um importante elo com a cadeia do agronegócio em termos de inovação”, afirma Soares.
O executivo falou, durante o encontro no Pulse, do processo de criação de uma cultura de inovação integrada entre todos os segmentos e áreas na CNH Industrial. Desafios que o mercado agrícola mundial apresenta, tendências para o futuro e a necessidade de trabalhar de forma colaborativa com o objetivo de dobrar a produção de alimentos e gerar energia sustentável para mais de 10 bilhões de pessoas até 2050.
Apesar do foco no segmento agrícola, a ação também teve apresentações que mostraram os avanços nas áreas da mecanização da construção, do transporte, da logística e no âmbito da eficiência energética. “Nosso objetivo foi promover um ponto de encontro entre diversos atores que são fundamentais para fomentar a ideia de um futuro inovador”, diz o executivo, ao destacar que é viável para uma indústria utilizar, em grande escala, processos inovadores para aumentar a competitividade por meio de produtos e serviços cada vez mais eficientes e sustentáveis.
O Pulse, iniciativa da Raízen, celebra dois anos de atuação. A missão do hub é ser o ponto focal para Startups, Corporações, investidores, entidades e universidades que pensam a inovação como ferramenta para o crescimento da sociedade por meio de novas práticas.
“Este evento é um exemplo de como o Pulse gera valor com conexões de mercado em um modelo de atuação de inovação aberta. A parceria com a CNH Industrial reforça um dos nossos objetivos que é o de incentivar ações inovadoras, que possam fomentar o ecossistema das startups e a integração de novas tecnologias às grandes corporações”, diz o diretor de Inovação da Raízen, José Eduardo Massad.
Ainda no encontro, o diretor de Engenharia para o Segmento de Powertrain da CNHI, Alexandre Xavier, falou sobre o futuro dos sistemas de propulsão. Na palestra, destacou a utilização de fontes alternativas de energia, como o gás natural veicular, o biometano, a eletrificação e a tecnologia de células de combustível para hidrogênio.
E, ainda, combustíveis alternativos como opções viáveis para aplicação imediata em substituição ao diesel. Destaque para a utilização do biometano no agronegócio, que é produzido pela biomassa gerada em propriedades rurais, como granjas e propriedades sucroalcooleiras.
42ª Expointer
Até domingo, 1º, a CNH Industrial estará presente na cidade gaúcha de Esteio, durante a 42ª edição da Expointer, com produtos e serviços das marcas Case IH, Case Construcion Equipment, FPT Industrial, Iveco, New Holland Construction e New Holland Agriculture. As marcas investem em pesquisa e desenvolvimento com o objetivo de promover a sustentabilidade por meio de soluções em segurança, produtividade, redução de desperdício e menos degradação do solo, além de redução de emissões.
Para a gerente de Sustentabilidade da CNH Industrial para a América do Sul, Erika Michalick, um dos desafios globais da corporação é oferecer produtos com um sistema econômico com impacto zero nos recursos. “Nos próximos anos a produtividade do campo, por exemplo, deve aumentar 25%, expandindo os sistemas de gerenciamento e controle de dados”, diz, ao acrescentar que, para isso, haverá investimento em tecnologias de combustíveis alternativos, como metano, propano e gás natural veicular. “A ideia é termos um portfólio que ‘colabore’ para a preservação ambiental. Seja no campo ou nas estradas, esse é o posicionamento institucional da CNH Industrial”, completa a executiva.
Um bom exemplo é a linha de pulverizadores Patriot (foto), da Case IH, que possui o AIM Command Flex, um sistema de controle de pulverização com alta precisão, que controla vazão, faz taxa variável e compensação de curvas. Com o novo opcional AIM Command, a pulverização é feita de forma mais controlada e precisa, proporcionando a melhor qualidade de aplicação do produto, mantendo a pressão e a vazão constantes, independentemente da velocidade de deslocamento, possibilitando a melhor qualidade de aplicação de produtos fitossanitários e reduzindo desperdícios. Outro benefício dessa tecnologia é que ela permite produzir mais em um espaço menor.
A aposta da New Holland Agriculture para a produtividade é a CR 7.90 Evo Arrozeira, a maior colheitadeira de arroz do Brasil. A máquina, que também pode ser usada na colheita de soja, foi adaptada para o arroz, uma das principais culturas agrícolas do Rio Grande do Sul. Com mais capacidade e potência, ela aumenta a quantidade colheita em um espaço menor de tempo, aumentando a produtividade e evitando o desperdício.
Outra importante forma de promover a atividade agrícola sustentável é por meio do controle de emissões de poluentes. A CNH Industrial, por meio da FPT Industrial, investe em redução de emissões não apenas para atender legislações de padrão internacional, mas para se antecipar a exigências em termos de poluição do ar.
Isso pode ser feito por meio de eficiência energética, ao desenvolver um veículo que trabalha com um consumo menor de combustível e, consequentemente, com uma emissão menor de CO2, ou mesmo por meio do desenvolvimento de motores movidos a combustíveis alternativos como o biometano, etanol, biodiesel.
Pulse expande áreas de atuação
O Pulse, hub de inovação e uma iniciativa Raízen – empresa integrada de energia -, chega ao seu segundo ano consolidando-se como referência em inovação e celebrando o reconhecimento conquistado como um hub de desenvolvimento de tecnologias agrícolas. E, agora, mira uma trajetória que vai além do agronegócio e que se direciona para uma atuação mais ampla, com o intuito de fomentar ainda mais soluções inovadoras para outras áreas de atuação da companhia.
“É incrível todo o aprendizado adquirido nesses dois anos ao experimentar os dois lados do processo de risco que envolve a inovação. Vimos startups encerrarem suas operações, tornarem-se pilotos, serem adquiridas, receberem investimentos, e o mais importante: evoluírem seus produtos de maneira a extrapolar as fronteiras da Raízen e, assim, contribuir com o setor agro no Brasil”, diz o vice-presidente de tecnologia da Raízen, Fabio Mota, responsável pelo Pulse.
Ele acrescenta que, agora, “queremos mais. Desbravaremos novas áreas da companhia, do negócio e também backoffice, cientes de que novos aprendizados virão e nos auxiliarão no desenvolvimento futuro”.
Ao longo desses dois anos, o Pulse conquistou um papel fundamental no ecossistema de inovação ao permitir uma conexão entre todos os players da cadeia, sejam eles investidores, futuros talentos, formadores de opinião, universidades ou startups que tivessem novas soluções para as questões cotidianas e operacionais.
Com um grande diferencial: o hub permite que projetos sejam realizados e testados com a chancela da Raízen em áreas produtivas da empresa. Um modelo bem-sucedido e que ganha nova força a partir do marco de dois anos de parcerias e realizações.
“Em 2017, iniciamos o projeto com a certeza que o investimento daria retorno, mesmo sem saber ao certo o montante e o prazo que levaria. Mas, nesse pouco tempo de vida, vimos que as iniciativas já geraram resultados próximo a cinco vezes o valor investido. Por isso, queremos ir além.”
O novo capítulo a ser escrito na história do Pulse irá ultrapassar as barreiras do campo, prover oportunidades, e fomentar iniciativas nos mais diversos segmentos da sociedade, “criando um ecossistema de inovação aberta que vai do campo ao posto”, explica o executivo do Pulse.
Dentro de sua história recente, o Pulse já contabiliza 25 startups residentes, das quais 15 já contam com projetos pilotos sendo testados na própria Raízen. Além disso, o hub pode se orgulhar por firmar parcerias com grandes players do mercado para desenvolver projetos de inovação, como a CNH Industrial e os parceiros do projeto Agro IoT Lab para conectividade no campo: Vivo e sua aceleradora Wayra, Ericsson e Esalqtec, a incubadora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
Além disso, ao longo desses dois anos mais de 8 mil pessoas visitaram o Pulse e mais de 50 eventos foram realizados, criando uma rede de mais de 280 instituições que fazem parte do networking do hub.
“Estamos orgulhosos do que conquistamos até aqui, mas sabemos que muito ainda estar por vir, a partir do momento em que queremos escrever um novo capítulo de sucesso em nossa história. Partindo de Piracicaba, em São Paulo, olhando para o potencial existente em cada parte do País no intuito de promover uma inovação aberta com resultados reais obtidos no dia a dia da operação da Raízen”, ressalta Mota.
Moacir Neto, de Piracicaba (SP), com informações da CNH Industrial/Pulse
O repórter viajou a Piracicaba (SP) a convite da CNHI