China busca autonomia na produção de chips de IA, mas esbarra em desafios tecnológicos

Da Redação
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Com as crescentes restrições impostas pelos Estados Unidos à exportação de tecnologias avançadas, a China intensificou os esforços para fortalecer sua indústria de semicondutores, especialmente na produção de chips voltados à inteligência artificial (IA). Segundo analistas, o país asiático já alcançou avanços importantes em algumas áreas-chave, mas ainda enfrenta gargalos técnicos, especialmente na produção de chips de última geração.
No campo do design de chips, o principal destaque chinês é a HiSilicon, braço da Huawei. A empresa conseguiu reduzir consideravelmente a diferença de desempenho entre seus chips e os modelos da Nvidia com restrição de exportação. “A Huawei não está muito atrás dos produtos que a Nvidia tem permissão para vender na China”, apontam analistas, destacando que a diferença é inferior a uma geração tecnológica completa.
No entanto, o desafio aumenta quando se trata da fabricação dos chips projetados. A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), líder mundial no setor, está impedida de fazer negócios com empresas chinesas. A alternativa local é a SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corporation), que vem demonstrando avanços, como a fabricação de um chip 5G de 5 nanômetros para o Huawei Mate 60 Pro. Mas a capacidade da SMIC ainda é limitada. “A Huawei é excelente em design, mas a indústria nacional de fundição ainda não acompanha, principalmente por conta das restrições e da defasagem tecnológica em relação à TSMC”, explicam os especialistas.
O maior gargalo está nas ferramentas de litografia, essenciais para a produção de chips com alto grau de miniaturização e eficiência. A holandesa ASML domina essa tecnologia, especialmente nos sistemas de litografia ultravioleta extrema (EUV), e está proibida de fornecer equipamentos para a China. Embora a SMIC tenha avançado com litografia ultravioleta profunda (DUV), a capacidade de escalar processos de 3 nanômetros ou menores ainda é limitada. Apesar dos desafios, a tendência é que a China continue investindo fortemente em alternativas tecnológicas para reduzir sua dependência externa e garantir soberania na corrida global pelos chips de IA.