Casa Viva do HDS proporciona inclusão, autoestima e aprendizagem de pacientes
Núcleo especializado do hospital oferece atividades realizadas por equipe multidisciplinar que proporciona melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
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O Hospital Estadual de Dermatologia Sanitária e Reabilitação (HDS) da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) tem em sua estrutura um núcleo especializado que desenvolve um trabalho oferecido integralmente pelo SUS. Neste setor, chamado Casa Viva, são efetivadas várias atividades que, na prática, proporcionam a melhoria da autoestima, do relacionamento interpessoal, o desenvolvimento cognitivo, a inclusão e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Na Casa Viva reina a alegria, a extroversão, a brincadeira, a comunicação intensa entre os pacientes. Neste setor, localizado no centro do HDS, são desenvolvidos projetos como a Classe Hospitalar, Avaliação Geriátrica Ampla, Avaliação Neuropsicológica, Grupo Corpo e Mente em Equilíbrio e Cozinha Terapêutica. Tais atividades são coordenadas e efetivadas por equipes compostas por professores, enfermeiros, psicólogos, fonoaudiólogos, educadores físicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
A supervisora de Reabilitação Psicossocial do HDS, Cledma Pereira Ludovico de Almeida, destaca que os projetos têm em comum o fato de possibilitar a melhoria do transtorno cognitivo leve, apresentado pela maioria dos pacientes. “Em cada um dos grupos terapêuticos são apresentados e desenvolvidos estímulos que favorecem a aprendizagem e a atenuação do problema e retardam o aparecimento dos sintomas”, assinala.
Encaminhamentos
Participam dos grupos pacientes encaminhados pelo serviço de regulação. São pessoas que moram na capital, na Região Metropolitana de Goiânia e nos municípios do interior do Estado. Além delas, também integram os projetos os remanescentes da antiga Colônia Santa Marta, acometidos pela hanseníase, que moram há várias décadas na unidade e que, na maioria das vezes, perderam a referência com a família. Atualmente, 18 pacientes moram na Residência Assistencial do HDS.
Cledma destaca que a Casa Viva também tem o mérito de possibilitar aos pacientes a reintegração social pelo fato de reunir, no mesmo espaço, nos trabalhos em grupos, pessoas com problemas e histórias de superação diversos, residentes em diferentes locais. Ela acentua que percebe a melhoria sensível nos pacientes assistidos pelos projetos.
Uma das pacientes envolvidas em um dos projetos é Messias Pereira dos Santos. Apesar de morar há exatos 40 anos na unidade hospitalar, Messias não se cansa de se atualizar, de buscar novos conhecimentos e fazer novas amizades. Atualmente ela trabalha como monitora no projeto Classe Hospitalar. Todas as tardes, dirige-se à Casa Viva e, por quatro horas, ajuda a professora com a execução de tarefas simples, como a organização da sala, o repasse de material didático aos alunos e a limpeza do quadro negro.
Messias assinala que se sente gratificada por ser a monitora do Classe Hospitalar. “Gosto de ajudar as pessoas, de conversar, de me sentir útil e participar dos projetos que acontecem aqui no HDS. Aqui é como se fosse a minha casa.”
Confira abaixo os principais Projetos Terapêuticos desenvolvidos na unidade:
Classe Hospitalar
Executado por meio de parceria entre o HDS, Secretaria de Estado da Educação e prefeitura de Senador Canedo. Visa ao letramento e a alfabetização dos pacientes idosos que apresentam transtorno cognitivo leve.
Grupo de Atividades Manuais
Faz uso das atividades manuais como recurso terapêutico, com o propósito de estimular o desenvolvimento de habilidades físicas e estratégias cognitivas para a resolução de problemas.
Grupo Corpo e Mente em Equilíbrio
Objetiva a reeducação alimentar e a perda de peso. Trabalha as questões relacionadas às dificuldades para o emagrecimento, devido à má alimentação, ansiedade e sedentarismo.
Grupo Cozinha Terapêutica
Utiliza a cozinha como recurso terapêutico para treinos de atividades de vida diária e aspectos cognitivos.
Grupo de Estimulação Cognitiva
Visa preservar ou melhorar o desempenho das funções cognitivas por meio do uso de instrumentos como pranchas, jogos e fotos, entre outros.
Grupo Expressar
Possibilita a expressão de sentimentos por meio de técnicas e dinâmicas. Destinado aos pacientes que chegam ao HDS com diagnóstico de depressão, dificuldade de comunicação e de expressar sentimentos.
Mulheres de Fibra
Visa informar as pacientes com diagnóstico de fibromialgia sobre a realidade da doença, identificando os aspectos emocionais que contribuem para o aparecimento dos sintomas, facilitando o controle e manejo da dor.
Grupo de Relaxamento
Realizado com o propósito de favorecer a liberação das emoções, proporcionando o alívio das tensões, diminuição dos sintomas do estresse e da ansiedade.
Imagens: Youtube
Comunicação SES