Cantor Lucas Lucco, pai e falso advogado são indiciados por fraude em negociação milionária de Porsches em Goiás

A Polícia Civil de Goiás indiciou, na quarta- feira dia 16 de julho, o cantor Lucas Lucco, o pai dele, Paulo Roberto de Oliveira, e um homem que se apresentava como advogado, Eliel Levistone Silva e Souza, por suspeita de envolvimento em um esquema de fraude envolvendo a permuta de carros de luxo na capital goiana. A investigação, iniciada há quatro meses após a denúncia de um empresário do setor automobilístico, aponta que os investigados negociaram duas Porsche Panamera, de propriedade de Lucas Lucco, em troca de uma Porsche GT4 pertencente ao empresário. Segundo o delegado Manoel Borges, do 4º Distrito Policial de Goiânia, apenas após o negócio a vítima descobriu que as duas Panamera estavam inadimplentes junto a agentes financeiros e com ônus fiduciário — situação que teria sido negligenciada durante a negociação.
Ainda de acordo com as investigações, o suposto advogado Eliel Levistone, além de não ser inscrito na OAB, teria usado documentos falsificados para legitimar a operação, inclusive um contrato com data retroativa, obtendo liminar judicial para retomar a posse da Porsche GT4, que já estava no nome da vítima, e transferindo o veículo para sua companheira. Segundo o delegado, o próprio GT4 teria sido repassado ao empresário pouco antes de ser levado a leilão por dívidas, e o empresário comprometeu-se a quitá-las.
Clamor da vítima e defesa do cantor
Em entrevista, o delegado Manoel Borges relatou: ‘Eles [os investigados], em conluio, fizeram esse negócio de permuta, porém omitiram o fato de que as duas Panameras eram inadimplentes junto ao agente financeiro. Ele [a vítima] passou seu Porsche GT4 e pegou as duas Panameras. Portanto, ele foi enganado. É um crime de estelionato’.
Já Lucas Lucco, por meio de sua assessoria jurídica, declarou que ele e o pai também foram vítimas de um golpe arquitetado por Eliel. Segundo a defesa, o cantor teria tido suas assinaturas digitais e documentos falsificados no processo, inclusive em petições apresentadas à Justiça de Goiás. O comunicado ressaltou: ‘A partir do acesso que a assessoria jurídica do cantor teve ao relatório final do inquérito policial, informa-se, desde já, que Lucas Lucco e seu pai jamais participaram dos crimes perpetrados pelo suposto profissional’. O sertanejo afirmou ter ficado sem os veículos envolvidos na troca e sofrer prejuízo superior a R$ 1 milhão: ‘Fiquei sem a GT4 e também sem as Panameras. Me sinto vítima’.
Trâmite processual
O processo segue em tramitação na Justiça de Goiás, com o trio respondendo formalmente por estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica e documental — todos crimes enquadrados pela investigação policial. Há, ainda, processo sobre o mesmo caso na comarca de Uberlândia (MG), aguardando decisão judicial.