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Postos, facções e política: Caiado reage e acusa Lula de deixar o crime crescer no Brasil

Governador de Goiás reage a dados do Ministério da Justiça sobre postos de combustíveis e diz que o Governo Federal tenta desviar o foco da falta de ações concretas contra o crime organizado

Em um dos embates políticos mais acalorados do ano, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), respondeu com contundência às declarações do Ministério da Justiça sobre a suposta presença de postos de combustíveis em Goiás controlados por facções criminosas.

A fala foi uma reação direta a dados divulgados pelo governo federal, que, segundo o líder goiano, não passam de um “tiro político” contra a administração estadual.

A polêmica ganhou força após uma reportagem da Folha de S. Paulo apontar que 163 postos de combustíveis em Goiás estariam sob influência do crime organizado, com base em dados repassados pelo Ministério da Justiça.

A divulgação de dados falsos sobre Goiás não passa de um tiro político contra o estado que tem denunciado o acovardamento do Governo Federal no combate às facções”, disse Caiado.

Caiado, no entanto, contestou os números e afirmou que há apenas 26 postos sob investigação no estado — sendo a maioria por sonegação fiscal e apenas quatro com suspeita de ligação com facções.

“Essa tentativa de manchar a imagem de Goiás é uma manobra rasteira para desviar o foco da verdadeira crise: a inércia do Governo Federal frente ao avanço desenfreado das facções pelo país”, disparou Caiado.

Ele também acusou o presidente Lula (PT) de “promover a transição do Brasil de uma democracia para um estado de criminocracia”.

O governador relembrou que, sob sua gestão, Goiás alcançou uma redução de quase 90% nos índices de criminalidade entre 2019 e 2025.

Enquanto o Brasil clama por segurança, nosso estado mostra que é possível enfrentar o crime com firmeza e resultado”, destacou.

Caiado também criticou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca unificar os órgãos de segurança pública sob controle federal.
“Isso só serve para centralizar poder em Brasília e engessar a atuação local. Não é com discurso político que se enfrenta facções; é com ações integradas, inteligência e coragem”, reforçou.

Segundo o governador, o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), defendido pela ministra Gleisi Hoffmann (PT), representa um retrocesso.

“Querem que enfrentemos criminosos com flores nas mãos. Aqui em Goiás, quem manda na segurança é a lei, não as facções”, ironizou.

Embate deixa claro o racha entre gestões estadual e federal sobre o enfrentamento ao crime organizado, um tema que, segundo pesquisas recentes, figura entre as maiores preocupações da população brasileira.

Com uma retórica inflamada, Caiado parece apostar no discurso de autoridade para manter sua imagem de gestor firme e linha dura — enquanto o Governo Federal, por sua vez, tenta justificar sua estratégia nacional com base em dados e novas propostas de integração.

A discussão promete novos capítulos e, por ora, reforça uma disputa que ultrapassa o campo da segurança e adentra o terreno da guerra política.

GED

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