Caiado considera trama golpista ‘suposição’ e promete anistia a Bolsonaro se for eleito

Governador garantiu que a anistia aos réus do 8 de janeiro será seu primeiro ato como presidente, caso vença em 2026
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), afirmou na última segunda-feira que a acusação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria liderado uma suposta trama golpista é apenas “uma suposição”. A declaração ocorreu durante entrevista ao jornalista Guilherme Amado, em meio à repercussão sobre a denúncia protocolada pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro e outros aliados no Supremo Tribunal Federal.
Questionado sobre o envolvimento do ex-presidente nas articulações golpistas que resultaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023, Caiado minimizou os indícios apresentados pela PGR. “A acusação contra Bolsonaro é uma suposição. Não se governa na subjetividade, mas sim com fatos concretos”, defendeu o governador, que integra a ala do União Brasil favorável à anistia dos réus e condenados relacionados ao episódio.
Ainda durante a conversa, Caiado reafirmou seu compromisso de assinar a anistia a todos os processados e condenados pelos ataques de 8 de janeiro já no início de um eventual governo seu. “Eu já declarei várias vezes que o meu primeiro ato como presidente da República, se for eleito, vai ser anistiar esse processo de 8 de janeiro e acabar com ele. Ponto final”, assegurou, prometendo incluir na medida o ex-presidente e demais pessoas investigadas pelo STF em razão da tentativa de golpe.
O governador tem associado sua defesa à anistia ao discurso de pacificação nacional. Para Caiado, a insistência nas discussões sobre responsabilização dos envolvidos “paralisa o debate do país” e impede o avanço de pautas como crescimento econômico, segurança pública e reformas estruturais. Ele também destacou que não vê inovação na proposta, citando que anistias políticas já foram concedidas no passado do Brasil.
Desde o início do ano, Caiado tem incluído a bandeira da anistia em suas agendas políticas e entrevistas, tanto para se aproximar do eleitorado bolsonarista quanto para fortalecer sua pré-candidatura à Presidência em 2026. A medida, defendida abertamente por alas da direita, enfrenta resistência no Congresso e entre setores do Judiciário que consideram fundamental a responsabilização dos responsáveis por crimes contra a democracia