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“Cada um deve fazer a sua parte para frear a pandemia”, diz prefeito

Com a Frente Parlamentar da Vacina, Rogério Cruz articulou ações de enfrentamento à pandemia e defendeu as restrições do decreto para conter aumento dos casos

Em reunião com a Frente Parlamentar Vacina para Todos, representantes de conselhos e entidades de classe, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e o secretário municipal de Saúde, Durval Pedroso, defenderam as restrições estabelecidas pelo Decreto 1.646, de 27 de fevereiro de 2021. O encontro aconteceu na tarde desta terça-feira (2/3), quando os gestores responderam a pontuações relativas ao decreto, além de avançar em articulações para o enfrentamento à pandemia. “A preocupação com a pandemia não deve ser apenas dos poderes executivo e legislativo, mas de toda a sociedade”, afirmou o prefeito da capital.

Vereador Mauro Rubem (PT), presidente da Frente, pontuou que o grupo tem objetivos definidos, entre eles “apoiar na busca pela vacina e ações de enfrentamento à pandemia, além de pensar no que podemos fazer no futuro, incluindo o aprimoramento do setor industrial para a produção de vacinas”. O parlamentar, assim como representantes de entidades de classe e do setor produtivo, como a Feira Hippie, buscaram esclarecimentos sobre a continuidade do funcionamento das escolas, transporte público e exclusão das feiras como atividade essencial no decreto.

Durval Pedroso, titular da saúde municipal, elencou a rigidez das ações da gestão no enfrentamento à pandemia, como o Decreto n. 690/2021, que trazia duras restrições quanto ao funcionamento de determinadas atividades econômicas e a consequente intensificação das equipes de fiscalização. Frisou o planejamento constante na abertura de leitos exclusivos para tratamento da Covid-19. “Desde o início de janeiro, abrimos mais leitos de UTI do que foram disponibilizados no pico da pandemia. Hoje, temos 248 leitos nesta categoria”, destacou o secretário.

Aos questionamentos feitos pelas entidades, como o Sindicato dos Professores do Estado de Goiás (Sinpro), Durval Pedroso rebateu a tese das escolas como vetores de contaminação com embasamento em pesquisas científicas. “O problema maior está na circulação das pessoas, motivo pelo qual intensificamos, também, a fiscalização sobre o funcionamento das escolas”, explicou, destacando as ações promovidas pela Central de Fiscalização iniciadas nesta terça-feira (2/3), que preveem visitas a 100 instituições de ensino da capital.  Mas o secretário destacou que, “avaliando o quadro epidemiológico, podemos sim fechar as escolas, pois o importante é garantir a saúde das pessoas”.

Ao fazer breve histórico das discussões técnicas que precederam a publicação do decreto, Rogério Cruz reforçou a situação crítica na qual tanto capital, quanto regiões metropolitanas se encontram, inclusive na ocupação de leitos. “Na sexta-feira (26/2), estávamos com 82% dos leitos de UTI ocupados em Goiânia, situação crítica”, lembrou o prefeito. Ainda, mencionou o alto índice de casos positivos na testagem em massa realizada na região da 44, em que apenas na metade do dia, apontava 21% de positivados. “O vírus exige ações rápidas, como a publicação do Decreto, que objetiva evitar a circulação das pessoas, principalmente as assintomáticas”, reforçou.

Apoio parlamentar

Diante da gravidade do cenário epidemiológico, a Câmara de Vereadores se colocou à disposição no apoio a ações de enfrentamento à pandemia, inclusive na compra de vacinas. “Com recursos da Casa, podemos apoiar a Prefeitura no que for necessário, mesmo na negociação para adquirir novas doses e ampliar a imunização”, comentou Mauro Rubem. A oferta complementa o avanço nas negociações que a capital faz junto à esfera federal para compra de novas doses de vacinas. “Temos tudo para comprar a vacina, basta apenas a aprovação”, reforçou Rogério Cruz.

Tanto o prefeito quanto o secretário municipal de Saúde salientaram a grave estatística de que, dos internados em UTI para tratamento da Covid-19, 50% falecem. Ressaltaram, ainda, as sequelas que o novo Coronavírus pode trazer àqueles acometidos pela doença. Por isso, “é importante conter os ambientes de difícil controle sanitário, como as feiras”, esclareceu Durval Pedroso. Neste quesito, Rogério Cruz explicou ao representante dos trabalhadores da Feira Hippie, também presente na reunião, que a exclusão das feiras como atividades essenciais partiu de avaliação feita em encontro com prefeitos da região metropolitana.

“Na ocasião, eles assumiram a dificuldade em manter suas feiras funcionando devido à própria capacidade hospitalar. Se mantivéssemos as nossas, correríamos o risco de receber todo este público em Goiânia”, pontuou. Reconhecendo as dificuldades pelas quais milhares de famílias têm passado, Rogério Cruz lembra que Goiânia segue com o programa Renda Familiar.

Transporte público

Um dos pontos críticos levantados durante a reunião se refere  ao transporte público em Goiânia. Neste quesito, Rogério Cruz informou que, tão logo o cenário epidemiológico se estabilize, promoverá uma reunião com prefeitos da região metropolitana para discutir o tema, uma vez que passageiros de várias cidades do entorno são beneficiados pelo sistema da capital. Ainda, revelou ter projeto invovador para o transporte público goianiense, baseado em iniciativas bem sucedidas adotadas em outras capitais, como Porto Alegre. “Preciso do apoio da Câmara para reestruturar o transporte público em Goiânia e, em breve, vamos discutir, juntos, esta proposta”.

Luciana Gomides, editoria de Saúde

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