Cachorros e gatos entendem o que seus tutores dizem?

A convivência entre cães e humanos já dura cerca de 14 mil anos, o que contribuiu para que os cachorros desenvolvessem grande sensibilidade à comunicação humana. Estudos indicam que eles conseguem compreender até 135 palavras ou frases, associando-as a ações, objetos e pessoas.
Pesquisas com ressonância magnética funcional revelaram que os cães processam palavras no hemisfério esquerdo do cérebro e entonações no hemisfério direito, de forma semelhante ao que ocorre em humanos. Isso explica por que eles não apenas entendem comandos, mas também reagem de forma diferente quando o tutor usa entonações alegres, tristes ou de repreensão.
Além da linguagem falada, os cães interpretam sinais não verbais, como postura corporal e expressões faciais. Muitos são capazes de perceber quando seus donos estão doentes, tristes ou ansiosos, reagindo de maneira acolhedora. Há registros de cães que detectam alterações fisiológicas sutis, como crises epilépticas, provavelmente a partir de mudanças no odor corporal ou na respiração.
Experimentos com botões que reproduzem palavras gravadas reforçam essa capacidade. Alguns cães aprendem a apertar os botões para “pedir” comida, brincar ou sair de casa, demonstrando que realmente associam sons específicos a significados. Ainda assim, eles têm mais dificuldade em diferenciar palavras muito parecidas.
Essa habilidade não se limita a comandos básicos. A domesticação e a convivência próxima com humanos parecem ter favorecido o desenvolvimento de capacidades cognitivas que permitem integrar linguagem, entonação e contexto. Em outras palavras, os cães entendem mais do que simples ordens: eles interpretam o ambiente emocional do tutor.
Assim, embora não compreendam palavras no sentido humano, cães conseguem transformar sinais sonoros e comportamentais em referências significativas. Isso fortalece a comunicação, aprofunda o vínculo com seus donos e mostra como a amizade entre humanos e cães vai muito além de latidos e comandos.