As águas e o Plano Diretor
Chegamos a julho, mês previsto para a votação do novo Plano Diretor de Goiânia. É um instrumento importante para orientar o crescimento da cidade e o comportamento de seus cidadãos. Uma das discussões interessantes que estamos travando na Subcomissão de Sustentabilidade se refere ao rebaixamento do lençol freático. É uma técnica necessária em subsolos ricos em água, como acontece em Goiânia. Mas merece atenção e a criação de regras, para preservar o futuro.
Recentemente, a capital ganhou o seu Plano Municipal de Saneamento, que foi base para a assinatura do novo contrato com a Saneago, para a prestação dos serviços de água esgoto. Com ele, estão estabelecidas metas de qualidade para a prestação do serviço, com espaço para a recuperação dos nossos mananciais. Só é possível porque uma equipa da Agência de Regulação de Goiânia comandou um debate sério por dois anos, para estabelecer essas bases.
Goiânia ainda precisa de um Plano Diretor de Drenagem, que deve indicar caminho para a solução de problemas com enchentes, por exemplo.
O cerrado é riquíssimo em água no seu subsolo. As construções que exigem fundações maiores precisam “desviar” essas águas no subsolo, para evitar infiltrações e problemas estruturais da obra no futuro. Houve um tempo em que se permitia aterrar tudo, sem preocupar com o futuro. Vivemos outros tempos e temos a obrigação de cuidar para que os nossos recursos sejam preservadas.
Estamos discutindo os limites para essa prática. E vamos retomar a discussão em torno de incentivo e regulamentação ao reuso dessas águas. É uma forma de unir a importância de empreender com a responsabilidade de preservar.
Preservar as nossas águas é a melhor forma de cuidar do nosso futuro, no que há de mais básico. É a água insumo fundamental para as atividades comerciais e para a vida em uma cidade conhecida pela qualidade de vida, como Goiânia.
Nos últimos anos, tenho trabalhado pela preservação das nossas águas, especialmente o Rio Meia Ponte. Avançamos com algumas ações organizadas nos últimos dois anos. Mas temos um caminho longo pela frente. Que vai se tornar mais suave com a consciência do cidadão e o a existência de mecanismos visando a defesa do meio ambiente em leis, como o nosso Plano Diretor. Pensar nisso é fundamental para enxergar o futuro.
Gustavo Cruvinel é vereador, presidente da Comissão do Meio Ambiente