Economia & Negócios

Alta dos juros reduz financiamentos e freia crescimento da construção civil

Da Redação
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Os efeitos da alta da taxa básica de juros já são sentidos na construção civil brasileira. Nos cinco primeiros meses de 2025, foram financiadas apenas 24,1 mil unidades habitacionais pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), queda de 62,9% na comparação com o mesmo período de 2024, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Em termos financeiros, os financiamentos imobiliários somaram R$ 7,1 bilhões, uma redução de 54,1% em relação a 2024, refletindo o impacto direto da taxa Selic, que está em 15%, o maior nível em duas décadas.
A economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, destaca que o custo do crédito elevado tem dificultado tanto a compra quanto a produção: “Os bancos têm priorizado o financiamento à aquisição, em detrimento da produção”. Além disso, a queda na captação líquida da poupança, que perdeu R$ 38,4 bilhões no semestre, pressiona ainda mais o setor.
Mesmo diante do cenário, o setor criou 149,2 mil vagas formais entre janeiro e maio, superando o desempenho de 2023. A Sondagem da Indústria da Construção da CNI indicou leve recuperação, com 48,8 pontos em junho, mas ainda abaixo da linha que indica expansão.
O presidente da CBIC, Renato Correia, reforça a importância da construção para a economia e alerta para a necessidade de medidas que favoreçam produção e investimento.
Apesar do otimismo moderado para um crescimento de 2,3% em 2025, a CBIC aponta risco de desaceleração em 2026 caso os juros permaneçam elevados.

GED

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