“A marca da minha gestão aqui na Aciag é a desburocratização”
Em entrevista exclusiva ao Jornal Diário Goiás em Destaque, o presidente da Aciag (Associação Comercial de Aparecida de Goiânia), Leopoldo Moreira falou sobre temas importantes, como por exemplo: empreender em meio a pandemia, feira de comércio exterior que aconteceu recentemente, polos industriais e crescimento econômico em Aparecida
Como você avalia o crescimento do empreendedorismo em meio a pandemia em que vivemos?
O empreendedorismo está no sangue do Brasileiro, a dona de casa, por exemplo, executa várias tarefas ao mesmo tempo: leva filho na escola, cozinha, lava, passa e ainda ajuda a melhorar a renda da família produzindo bolos, sobremesas e doces.
Citei a dona de casa, porque o empreendedorismo feminino foi o que mais cresceu durante a pandemia. O brasileiro é inquieto, é criativo e gosta de empreender, durante a pandemia ele se viu na obrigação de inovar, crescer, trazer renda para dentro da sua casa, isso aconteceu porque muitas portas se fecharam, muitos postos de trabalho deixaram de existir, o lockdown deixou muitas pessoas desempregadas.
Os pequenos comércios foram afetados, as pessoas tiveram que sair de sua zona de conforto e buscar alternativas para sua sobrevivência e manutenção. Montaram cozinhas em casa, doceteria, outras na área de confecção e costura, comércio dentro de casa e passaram a vender pela internet. Durante esse período o Sebrae ajudou muito, os Correios também transportando mercadorias, para vários lugares e até para fora do Brasil.
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Recentemente aconteceu a feira de comércio exterior, o que foi essa feira? E quais os resultados concretos que a cidade de Aparecida vai colher?
A feira surgiu de uma conversa entre a prefeitura e a Aciag (Associação Comercial de Aparecida de Goiânia). Aparecida é o quinto município que mais importa, e não está na lista dos quinze que mais exportam. Começamos a questionar esse fato, então resolvemos realizar a Feira de Comércio Exterior (de comércio internacional).
Nossa associação (Aciag) já tinha um convênio com o Centro Internacional de Negócios da Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás), a Câmara de Comércio Exterior é presidida pelo Emílio Bittar e dentro da Câmara tem o CIM (Centro Internacional de Negócios), que já faz tudo isso com muita maestria, vocação e estrutura.
Organizando toda papelada para levar as pequenas e as médias empresas para fora do Brasil. Então, fizemos uma operação conjunta entre a Aciag, a prefeitura, a Fieg e o empresariado; foi uma ação feita a quatro mãos. A Fieg já estava em sua oitava feira, em Aparecida seria a primeira, mas, foi a maior feira já realizada de todas e teve maior sucesso de participação. Na feira tinha trinta e sete embaixadas, e a participação de quinhentos e vinte seis pessoas, duzentas e quarenta e oito virtualmente e o restante presencialmente.
Foi uma feira de grande sucesso, as portas se abriram para o pequeno e médio empresário exportar seus produtos, o leque de oportunidades foi ampliado, quando uma empresa começa a exportar ela sobre de patamar, é vista com outros olhos pela sociedade, vira uma empresa de referência, cresce em lucratividade e faturamento e no conceito de outras instituições. Muitos seguimentos podem exportar seus produtos, na área alimentícia, confecção, cosméticos e outros.
É bom que se diga que Aparecida tem a vocação para indústrias de transformação, são seguimentos não poluentes, ou seja, indústrias consideradas limpas. Cito como exemplo aqui a área de doces, mel, granola que é muito valorizado no exterior e são de origem natural, além desses, temos também a polpa de fruta. Para a realização da feira contamos com o apoio do Porto Seco de Anápolis, o Banco do Brasil, os Correios, a Câmara Municipal de Aparecida e a prefeitura.
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Sabemos que existe um ciclo que acontece para que a economia ganhe crescimento, atração de empresas, geração de empregos, geração de renda e crescimento do comércio local, este ciclo está sólido hoje?
Demais da conta! Hoje Aparecida cresceu muito por causa da criação dos polos industriais. Quando um polo é criado atrai grandes empresas, médias e pequenas que participam de um processo produtivo, e isso vira uma corrente do bem, é claro, que tudo depende de uma coisa chamado ‘mercado’ que precisa ter demanda, quando isso acontece você tem um crescimento maior, quando ele está fraco o crescimento é menor, então, o que aconteceu nesses últimos dois anos?
A pandemia com a qual tivemos que conviver deixou um rastro semelhante a um furacão que destrói uma cidade inteira ou uma região.
A pandemia deixou muitas coisas físicas, mas, levou muitas vidas.
Muitas empresas fecharam as portas, no Brasil aproximadamente dez milhões fecharam as portas, isso não é brincadeira e fácil de enfrentar, mas o nosso país e o melhor que tem no mundo, quando falo o melhor, falo do conjunto, meio ambiente, matéria-prima, espaço físico, água em abundância, florestas, recursos minerais, e por isso, não ficou só dependente das indústrias, pois tem vocação para agroindústria também, e o agronegócio carregou o Brasil nas costas durante a pandemia, ele não parou, se tivesse parado a fome no mundo teria aumentado.
O Brasil é um grande produtor de alimentos talvez o maior, agora com mais 80% da população vacinada, nada mais vai fechar, e Goiás e o Brasil voltarão a crescer.
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A parceria entre a Aciag e a prefeitura é um casamento que deu certo e será a vida toda?
A Aciag tem uma parceria sólida, não só com a prefeitura, mas, também com a Câmara Municipal, Ministério Público, OAB, Sebrae, Senai e com diversas entidades.
A parceria que desenvolvemos com a prefeitura e Câmara Municipal é de resultados, por exemplo, estamos implantando um comitê de desburocratização no município onde cinco secretarias da prefeitura fazem parte.
Aparecida passou daquela fase de doação de área, os empresários querem um serviço público mais ágil e eficiente, tanto é que os polos que estão surgindo são particulares, onde eles compram as áreas.
Os processos de implantação de um negócio demoravam até um ano para ficarem prontos, em um ano, ele já construiu, está fabricando e vendendo, já está em outro patamar, a prefeitura que não tiver essa expertise não terá crescimento econômico, é preciso desburocratizar, os processos precisam ser rápidos, na aprovação do projeto, licença ambiental, vigilância sanitária, Corpo de Bombeiro, essas burocracias que travam o projeto e o crescimento econômico da cidade não podem ser demorados. Esta é uma marca da nossa gestão a desburocratização.
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Aparecida de Goiânia é conhecida como a cidade dos polos industriais, qual é a importância deles para o desenvolvimento da cidade e para a economia do município na prática?
Em breve surgirá mais um polo industrial que é da Codego, do estado de Goiás, os empresários por causa da pandemia perdeu o interesse por ele, agora, o estado retomou essa área e vai avançar no desenvolvimento dele.
Aparecida é o maior centro de indústrias do Centro-Oeste brasileiro, em quantidade de empresas, em quantidade de empregos e também em renda, ou seja, em volume econômico, depois vem, o Daia em Anápolis.
Aqui tem empresas pequenas que empregam entre duzentos e trezentos funcionários, médias com mil funcionários e grandes com mais de cinco mil funcionários como por exemplo, o José Costa, do Atacadão Costa que emprega cinco mil e seiscentos funcionários.
Um polo industrial em uma cidade é a melhor coisa que pode acontecer, pois a geração de empregos é muito grande, isso cria um ciclo do bem no município, a geração de empregos liberta a pessoa, tira ela da dependência do setor público.Para finalizar, quero desejar um natal cheio de bênçãos, paz e felicidades para todas as famílias e um ano novo de esperança e alegria.