Polícia

Ação policial desarticula esquema de venda irregular de medicamentos para emagrecimento em Goiânia

Operação revela armazenamento clandestino, publicidade ilegal e risco grave à saúde pública em rede que atuava via redes sociais

Por Ana Lucia
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O silêncio de uma rua residencial na região Noroeste ganhou outra dinâmica quando equipes de investigação avançaram para cumprir mandado de busca e apreensão em um imóvel usado como base para a comercialização clandestina de medicamentos para emagrecimento. A ofensiva integra apurações conduzidas pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor, que recebeu denúncias sobre a circulação de substâncias sem registro e de uso controlado sendo ofertadas de forma indiscriminada a compradores de vários estados. O caso evidencia uma prática que vem crescendo com apoio de redes sociais, onde promessas de emagrecimento rápido atraem consumidores desprevenidos.

As informações colhidas durante o monitoramento revelaram que a residência funcionava como ponto de armazenamento e distribuição dos produtos. A estratégia consistia em impulsionar vendas por meio de perfis digitais que não exibiam qualquer orientação sobre riscos à saúde ou efeitos colaterais graves, incluindo dependência química. Nesta sexta, dia 5, as investigações apontam que o grupo se especializou em promover resultados estéticos imediatos, reforçando um mercado paralelo que movimenta alto valor financeiro e coloca em risco a vida de quem consome substâncias de origem desconhecida.

No interior do imóvel, as equipes localizaram medicamentos sem registro, insumos usados para aplicação, material publicitário e documentos com indícios de falsificação. Os itens apreendidos seguem para perícia, que deverá ajudar a identificar fornecedores, rotas de distribuição e possíveis ramificações do esquema. A mulher responsável pelo imóvel foi intimada a prestar esclarecimentos, etapa que deve contribuir para detalhar a participação de outros envolvidos e ampliar o alcance da apuração.

A operação também contou com o apoio da Vigilância Sanitária Municipal, cuja atuação é fundamental no mapeamento de produtos irregulares que entram ilegalmente no mercado. A presença de insumos de alto custo e substâncias manipuladas sem controle reforça a gravidade do caso, considerando que tais produtos não possuem certificação de qualidade nem autorização para uso. Especialistas em saúde reforçam que medicamentos de origem desconhecida podem provocar reações adversas severas, intoxicações e danos permanentes ao organismo.

O Código Penal classifica como crime hediondo a comercialização de medicamentos sem registro ou fabricados sem condições sanitárias adequadas, uma medida que busca coibir práticas que se aproveitam da vulnerabilidade da população. A legislação considera que produtos sem procedência segura representam ameaça direta à coletividade, já que não há garantia sobre composição, dosagem ou armazenamento adequado. A Decon reforça que o consumo de substâncias ilegais pode resultar em quadros graves, incluindo risco de morte.

A operação reforça o compromisso das forças de segurança em desarticular esquemas que lucram com falsas promessas de emagrecimento e prejudicam a saúde pública. As investigações seguem em andamento para identificar demais responsáveis, rastrear a origem dos medicamentos e impedir que novos produtos irregulares cheguem ao consumidor. O caso se soma a outras ações voltadas ao combate de práticas ilícitas que se aproveitam do apelo estético para operar redes clandestinas cada vez mais estruturadas.

GED

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