A responsabilidade de cada um no escalonamento de Aparecida de Goiânia
Tem início nesta segunda-feira (08) o escalonamento do comércio que visa o controle e combate à Covid-19 em Aparecida de Goiânia. Assim, os estabelecimentos seguirão regras de alternância de funcionamento que estabelecem dias específicos de abertura e fechamento e, com isso, tendem a diminuir os casos de aglomeração nas ruas e comércios.
Desde que foi instituída a situação de calamidade pública em decorrência da pandemia provocada pelo novo coronavírus, em março, governos estadual e municipais em Goiás têm implementado medidas que visam evitar o colapso da saúde pública e, com isso, Estado já chegou a ocupar lugar de destaque entre as unidades federativas com maiores índices de isolamento social.
Hoje, porém, mesmo diante da crescente curva dos casos de contaminação pela Covid-19, Goiás não figura entre os estados com maior agravamento dos casos, o que reflete o acerto das medidas adotadas pelas autoridades sanitárias e agentes públicos que cuidam do caso, como é o caso do Comitê de Prevenção e Enfrentamento do Coronavírus, que norteia as ações adotadas pela Prefeitura de Aparecida.
Uma vez que Goiás e, principalmente, Aparecida, tenham conseguido estabelecer controle de agravamento da pandemia, Estado e município flexibilizaram as regras de isolamento e distanciamento social, o que permitiu a reabertura de parte do comércio. No final de abril o prefeito Gustavo Mendanha chegou a publicar um decreto que liberou de forma provisória a retomada de 82% dos estabelecimentos do município.
Contudo, com a crescente dos casos de Covid-19 no município, o Executivo viu-se na obrigação de escalonar o funcionamento dos estabelecimentos comerciais e, com isso, diminuir os índices de contágio. Uma medida amarga que, aos olhos dos empresários piora ainda mais a situação crítica a que passam. Porém, necessária.
É bem verdade que muitas dessas ações não seriam necessárias caso houvesse também maior contribuição de parte da população que insiste em quebrar regras de convivência nesse período de pandemia. Aglomerações nas ruas, parques e até rotina de vida social são vistos. É o caso, por exemplo, de ser necessária a intervenção, por parte das forças policiais, em casos de festas com a presença de pessoas sem o mínimo de cuidado.
E é com base nesse desrespeito às regras e cuidado com o coletivo que surge a preocupação de que, mesmo com o escalonamento dividido em macrorregiões, pessoas acabem migrando entre as localidades que naquele dia estão o comércio esteja funcionando. E isso deve ocorrer, infelizmente.
O que deve, de fato, ocorrer, é um somatório de esforços entre os diversos segmentos e a administração pública para que os benefícios sejam evidenciados não somente no intuito de salvar vidas, que é a prioridade nesse momento, mas também que, concomitantemente a isso, as pessoas tenham condições de garantir o sustento próprio e das suas famílias.
É que, com o advento da pandemia, criou-se a dicotomia entre cuidar da saúde ou cuidar da economia. Como se a prioridade de um fosse, necessariamente, o descuido de outro. É preciso, sim, olhar para esse período, novo, com a visão de que os desafios ocorrem simultaneamente em todos os segmentos.
E para que haja o fortalecimento de se estores estratégicos para a economia do município e a garantia da manutenção de emprego é que defendemos, em comunhão com todas as associais e demais entidades que representam as indústrias, comércios e serviços, é que defendemos a criação o Fórum Empresarial de Aparecida. Um mecanismo importante na implementação de políticas públicas que refletem diretamente na vida do cidadão, do contribuinte.
Em síntese, defendemos as medidas que assegurem a vida das pessoas, porém, que não sejam tomadas isoladamente em detrimento de outras áreas que impactam a vida das pessoas, como é o caso da economia. E que a população reconheça os esforços dos agentes públicos nesse momento difícil e faça também a sua parte.
Maione Padeiro é presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial da Região Leste de Aparecida de Goiânia (ACIRLAG)