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A polêmica tentativa de reencenar batalhas de gladiadores no Coliseu

Da Redação
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Em maio de 2025, o Coliseu, em Roma, será palco de um evento que promete reviver a emoção das antigas batalhas de gladiadores — mas com um toque moderno. Por iniciativa da plataforma Airbnb, turistas selecionados terão a oportunidade de participar de simulações das lutas que marcaram a história do Império Romano.
“Você sentirá a adrenalina pulsar nas veias, a areia deslizar entre os dedos e o peso imponente da armadura sobre os ombros. Ouvirá o eco dos antigos gladiadores ressoar nas catacumbas do Coliseu e o tilintar inconfundível do aço em pleno combate”, diz o material promocional do evento.
Parte de um projeto chamado “Icônicos”, lançado pela Airbnb em 2024, a proposta tem como objetivo oferecer experiências únicas em locais históricos. A iniciativa já realizou eventos no Museu de Orsay, em Paris, no Museu da Ferrari, na Itália, e na casa do roqueiro Prince, cenário do filme Purple Rain. Para participar, os interessados devem se inscrever, justificar sua conexão com o tema e torcer para serem sorteados.
No entanto, o projeto no Coliseu gerou uma onda de críticas ferozes, especialmente entre moradores de Roma e defensores do patrimônio cultural.
Para muitos, transformar um dos monumentos mais icônicos do mundo em um “parque temático” é um desrespeito à sua importância histórica e cultural. “Não podemos transformar um dos monumentos mais relevantes do mundo em um parque temático”, afirmou Massimiliano Smeriglio, conselheiro de Cultura de Roma. “Essa iniciativa incentiva a mercantilização e o consumo da cultura, contrariando o princípio de um patrimônio acessível e frutífero para todos, sejam turistas ou moradores de Roma”, criticou. Nas redes sociais, as reações foram igualmente contundentes, com muitos acusando o Airbnb de tentar transformar o Coliseu em uma “Disneylândia”.
Em defesa da iniciativa, o Airbnb afirmou que o projeto busca revitalizar o turismo em destinos históricos na Europa, com mais de 10 milhões de dólares investidos em conservação de patrimônios culturais. No caso do Coliseu, a empresa comprometeu-se a destinar 1,5 milhão de dólares para restaurar uma exposição permanente dentro do anfiteatro.
Mesmo com esses esforços, as justificativas não foram suficientes para acalmar os críticos. A preocupação com possíveis danos às ruínas do anfiteatro e a perda de acesso democrático ao espaço continuam sendo os principais pontos de contestação.
A tentativa de unir história e entretenimento reflete um dilema recorrente no turismo moderno: como gerar recursos para manter patrimônios históricos sem comprometer sua integridade cultural. Para os fãs da ideia, participar de uma simulação no Coliseu é a chance de viver um pedaço da história. Para os críticos, é uma banalização de um dos marcos mais importantes da humanidade.
Enquanto o debate continua, uma coisa é certa: o Coliseu segue no centro das atenções, agora como palco de uma nova batalha — entre a preservação do passado e as demandas do presente.

GED

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