ESPORTE

Vice-presidente da CBF recebe mais de R$ 3,6 milhões: polêmica e suspeitas de gestão temerária

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) volta a enfrentar sérias acusações, desta vez centradas na figura de Ricardo Lima, vice-presidente eleito da entidade. Aliado próximo de Ednaldo Rodrigues e casado com Taíse Galvão — cunhada do presidente —, Lima recebeu mais de R$ 3,6 milhões da CBF em apenas um ano, levantando suspeitas de favorecimento pessoal e má gestão dos recursos da confederação.

O aumento vertiginoso da remuneração do dirigente chama atenção: em fevereiro do ano passado, ele embolsou R$ 488 mil, mais que o dobro do salário de presidentes de outras federações. O salto é ainda mais impressionante se comparado a 2021, quando Lima recebia cerca de R$ 20 mil mensais. Desde a ascensão de Ednaldo à presidência, os valores explodiram, com Lima saindo de R$ 860 mil por ano para R$ 3,6 milhões.

As ligações entre os dois não param por aí. Antes de chegar à CBF, Lima sucedeu Ednaldo na presidência da Federação Baiana de Futebol (FBF). E a influência da família também se estende à cunhada de Ednaldo, que ganhou um cargo de diretoria na FBF quando ele ainda comandava a entidade estadual.

Como se não bastassem os vencimentos milionários, Ricardo Lima também teria aprovado a instalação de câmeras ocultas no restaurante da CBF, escondidas dentro de supostos equipamentos de combate a incêndio. A medida, considerada abusiva por funcionários, foi autorizada sem o conhecimento prévio dos colaboradores da entidade.

A ausência de explicações claras sobre os serviços prestados e a falta de transparência nos gastos levantam sérias dúvidas sobre possíveis violações à Lei Geral do Esporte. A legislação classifica como gestão temerária atos que ferem os princípios da legalidade, moralidade, economicidade e eficiência. Ricardo Lima, inclusive, está entre os nomes cotados para serem convocados a prestar esclarecimentos em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que poderá ser instalada no Congresso.

GED

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