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Sandro Mabel corta urgência da Maternidade Célia Câmara

Pronto-socorro será fechado e grávidas em risco terão que buscar atendimento em outras unidades; médica que denunciou o caso foi pressionada a apagar vídeo

A Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, deixará de atender grávidas em situação de urgência e emergência. A medida foi determinada diretamente pelo prefeito Sandro Mabel (UB), que já autorizou um novo plano de funcionamento da unidade, reduzindo o número de serviços prestados à população.

Com a mudança, gestantes que antes podiam buscar atendimento imediato no local terão que ser encaminhadas para outras maternidades da capital, como a Dona Íris e a Nascer Cidadão. A estrutura de pronto-socorro da Célia Câmara será desativada. A unidade continuará funcionando, mas apenas com partos agendados, exames e consultas via regulação.

O motivo da decisão, segundo o próprio prefeito, é a tentativa de cortar gastos. Hoje, a fundação responsável pela gestão da unidade recebe R$ 12,3 milhões por mês. A nova proposta de contrato prevê o pagamento de R$ 10,5 milhões mensais – quase R$ 2 milhões a menos, em troca da redução do atendimento à população.

A mudança causou revolta entre profissionais da saúde. A médica obstetra Larissa Leite, que já atuou na Secretaria Municipal de Saúde, publicou um vídeo denunciando o fechamento da urgência da maternidade. A repercussão foi tão grande que o prefeito Sandro Mabel tentou forçar a médica a apagar o vídeo, acusando a denúncia de ser “fake news”.

Mesmo com a pressão do prefeito, a médica se manteve firme, não apagou o vídeo e reafirmou que o fechamento da urgência é um grave prejuízo para as mulheres em situação de risco. Conselheiros municipais de saúde também se posicionaram contra a medida.

Hoje, a Maternidade Célia Câmara conta com leitos de UTI adulta e neonatal, UTI Canguru, centro cirúrgico, exames e salas de observação. Mesmo com toda essa estrutura, a decisão de Mabel é desativar o atendimento de urgência — considerado essencial para salvar vidas de mães e bebês.

O que muda com a decisão de Mabel:

  • Pronto-socorro da maternidade será fechado
  • Grávidas em situação grave serão encaminhadas para outras unidades
  • Unidade manterá apenas partos agendados, consultas e exames
  • Profissionais de saúde alertam para risco de superlotação

Médica foi pressionada a retirar denúncia, mas se recusou

Nota
Até o fechamento desta edição, o prefeito Sandro Mabel não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem.

GED

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