Trump ameaça sanções mais duras à Rússia para pressionar fim da guerra na Ucrânia

Da Redação
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou o tom contra a Rússia ao ameaçar impor níveis ainda mais elevados de sanções caso o presidente Vladimir Putin não aceite negociar o fim da guerra na Ucrânia. A declaração foi feita por meio da rede Truth Social, onde Trump sugeriu que estaria disposto a fazer “um grande FAVOR” ao líder russo caso a guerra terminasse rapidamente.
“Se não fizermos um acordo, eu não terei outra escolha senão aplicar altas taxas, tarifas e sanções em qualquer coisa que seja vendida pela Rússia aos Estados Unidos e vários outros países participantes”, escreveu o mandatário, marcando uma mudança em sua postura de diálogo mais brando com Putin.
A resposta de Moscou foi cautelosa. Dmitri Polianskii, embaixador adjunto da Rússia na ONU, afirmou que o foco não deveria ser apenas no término do conflito, mas na solução das causas que levaram à crise ucraniana. “Ele [Trump] não é responsável pelo que os EUA vêm fazendo na Ucrânia desde 2014, mas está em seu poder agora parar essa política maliciosa”, declarou Polianskii.
Apesar do tom de ameaça, especialistas avaliam que a economia dos EUA seria pouco afetada por novas sanções à Rússia. O comércio bilateral, que movimentava US$ 35 bilhões em 2021, despencou para US$ 3,2 bilhões em 2024, concentrado em importações de combustíveis nucleares e fertilizantes.
Por outro lado, a ameaça de sanções a “outros países participantes” é mais complexa. A China, maior parceira comercial tanto dos EUA quanto da Rússia, se destacou ao aumentar o comércio com Moscou durante o conflito. Essa interdependência econômica torna difícil prever até que ponto Trump poderia ampliar as restrições sem impactos significativos em sua relação com Pequim.
O Brasil, que se tornou um dos maiores consumidores de óleo diesel russo, também pode ser afetado por eventuais medidas americanas. A proximidade dos líderes brasileiros, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, com Putin reforçou os laços comerciais entre os dois países, apesar das sanções ocidentais.