Zelensky reforça necessidade de armas e garantias de segurança da Otan antes de qualquer negociação com a Rússia

Da Redação
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Em meio a uma guerra que já dura mais de um ano e meio, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reiterou, neste domingo (1º), a necessidade de armas e garantias de segurança da Otan antes de qualquer eventual negociação com a Rússia para o fim do conflito. As declarações foram feitas durante uma coletiva de imprensa conjunta com o novo presidente do Conselho Europeu, o português António Costa, que chegou a Kiev no primeiro dia de seu mandato.
A viagem de Costa, acompanhada da ministra da Diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, e da comissária de Ampliação da UE, Marta Kos, marca uma importante demonstração de apoio europeu à Ucrânia, no momento em que o país enfrenta desafios críticos tanto no campo de batalha quanto no cenário político internacional.
Zelensky deixou claro que a Ucrânia só consideraria a abertura de diálogos com a Rússia quando estivesse em uma posição de “força”, respaldada por garantias de segurança e apoio militar robusto. O presidente ucraniano afirmou que a adesão à Otan é essencial para a “sobrevivência” do país, e pediu, especialmente, projéteis de longo alcance, como parte do armamento necessário para fortalecer a defesa ucraniana.
“Somente quando tivermos todos esses elementos e estivermos em posição de força, será possível reunir-se com os assassinos”, afirmou Zelensky, referindo-se diretamente à Rússia, enquanto destacava a necessidade de um apoio substancial por parte do Ocidente antes de qualquer conversa diplomática.
O apelo de Zelensky ocorre em um momento de crescente tensão, tanto no campo de batalha quanto no cenário internacional. As forças ucranianas enfrentam dificuldades no front, com algumas perdas territoriais nas últimas semanas. A chegada iminente de Donald Trump à Casa Branca, após a eleição presidencial americana, também levanta incertezas sobre a continuidade do apoio dos Estados Unidos à Ucrânia, um fator crucial para a resistência de Kiev contra a invasão russa.
Além disso, a recente intensificação do conflito, com o uso de mísseis americanos e britânicos por parte da Ucrânia em ataques no território russo e o lançamento de um míssel hipersônico experimental pela Rússia, contribui para o ambiente de incerteza. A escalada das tensões e a falta de progresso nas negociações de paz colocam a Europa e o Ocidente em uma posição delicada.