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Rápido Araguaia comunica atraso no 13º salário e no Vale Natal de funcionários

Empresa atribui adiamento à falta de repasses das tarifas técnicas por municípios da Região Metropolitana e sindicato já aciona a Justiça do Trabalho

Às vésperas do Natal, um comunicado interno causou apreensão entre motoristas, cobradores e demais colaboradores do transporte coletivo metropolitano. A Rápido Araguaia informou que não conseguiu efetuar o pagamento da segunda parcela do 13º salário e do Vale Natal na data prevista, em razão do atraso no repasse das tarifas técnicas por parte dos municípios integrantes do sistema.

A segunda parcela do 13º deveria ter sido paga até a última sexta-feira, dia 19, conforme determina a legislação trabalhista. No entanto, em comunicado divulgado ainda no sábado, a empresa informou que o atraso nos repasses financeiros inviabilizou o cumprimento do cronograma de pagamento neste fim de ano.

Segundo a Rápido Araguaia, a situação decorre da falta de repasses por parte dos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Goianira, que integram o sistema metropolitano de transporte coletivo. Em nota enviada à imprensa, a empresa afirmou que a remuneração dos colaboradores é prioridade absoluta e que segue em negociação urgente com os entes públicos para regularizar os valores.

A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) confirmou a existência de atrasos em parcelas que cabem aos municípios de Trindade e Goianira, informando que os débitos somam aproximadamente R$ 26 milhões e R$ 16 milhões, respectivamente. Segundo a CMTC, os atrasos impactam diretamente o subsídio ao transporte coletivo e comprometem o fluxo financeiro das empresas operadoras.

Ainda conforme a Rápido Araguaia, o compromisso é realizar o pagamento integral da segunda parcela do 13º salário e do Vale Natal imediatamente após a entrada dos recursos em caixa. No comunicado interno, a empresa pediu desculpas aos funcionários e reconheceu o impacto da situação, especialmente neste período do ano.

Entre os trabalhadores, o clima é de insegurança. Um funcionário que preferiu não se identificar relatou estresse, frustração e falta de informações claras sobre prazos. Segundo ele, muitos colaboradores contavam com os valores para honrar compromissos de fim de ano e temem, inclusive, atrasos nos próximos salários. O trabalhador também afirmou que não houve esclarecimentos sobre eventual pagamento de multa trabalhista pelo atraso.

Diante do cenário, o Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Goiânia e Região Metropolitana (Sindcoletivo) informou que já ingressou com ação na Justiça do Trabalho contra a empresa. O presidente da entidade, Carlos Alberto Luiz dos Santos, afirmou que aguarda um posicionamento do Tribunal Regional do Trabalho ainda nesta terça-feira, dia 23. Segundo ele, o atraso no pagamento do 13º é inadmissível, embora reconheça que situações semelhantes já tenham ocorrido anteriormente. Caso o problema persista, o sindicato não descarta manifestações da categoria.

Procurada, a Prefeitura de Trindade informou que mantém tratativas permanentes com a diretoria da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC) desde o início do ano, buscando soluções técnicas e financeiramente viáveis para o equilíbrio do sistema. O município afirmou que iniciou, em outubro, o pagamento dos valores devidos à CMTC, dentro de sua capacidade financeira, e destacou investimentos estruturais realizados, como a reconstrução do terminal rodoviário, com aporte de cerca de R$ 3 milhões.

A Prefeitura de Trindade também reforçou que permanece aberta ao diálogo com os demais entes envolvidos, com o objetivo de garantir a continuidade do serviço e minimizar impactos aos usuários e trabalhadores do transporte coletivo. O município de Goianira foi procurado, mas não respondeu até o fechamento da matéria.

A crise evidencia as fragilidades do modelo de custeio do transporte coletivo metropolitano, especialmente em períodos de maior pressão financeira, como o fim de ano, quando obrigações trabalhistas se acumulam e os atrasos nos repasses impactam diretamente a vida de milhares de trabalhadores.


Comunicado da Rápido Araguaia (na íntegra)

A Rápido Araguaia informou aos colaboradores que, devido ao atraso no pagamento das faturas das tarifas técnicas pelos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Goianira, não foi possível efetuar o pagamento da segunda parcela do 13º salário e do Vale Natal na data prevista. A empresa afirmou que buscou todas as alternativas financeiras até o último momento, pediu desculpas pelo transtorno e reiterou que seguirá em negociação urgente para regularizar a situação o mais breve possível.


Crédito: Redação – Diário Goiás em Destaque
Com informações de bastidores do setor de transporte metropolitano

Tags: transporte coletivo, Rápido Araguaia, 13º salário, Região Metropolitana, trabalhadores, CMTC, Trindade, Goianira

GED

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