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Museu de Arte de Goiânia reabre após revitalização e homenageia Amaury Menezes

Após importante reforma, Museu de Arte de Goiânia reabre com exposição dedicada a Amaury Menezes. Aos 95 anos, o artista conduz o público por uma viagem pela arte goiana e participa da cerimônia nesta terça-feira, 18, às 19h

O Museu de Arte de Goiânia (MAG), primeiro museu de artes visuais do Centro-Oeste, reabre suas portas ao público após um processo de revitalização estrutural e modernização realizado por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que custou R$ 200 mil. A reabertura ao público será celebrada com a exposição “Amaury Menezes – Reconhecimento e Gratidão: O legado de um pioneiro”, uma homenagem a um dos fundadores do próprio museu. Aos 95 anos e reconhecido internacionalmente, o artista estará presente na reinauguração, marcada para o dia 18 de novembro, terça-feira, às 18 horas.

A reabertura consolida um novo ciclo para o museu, cuja história se entrelaça com o próprio desenvolvimento artístico de Goiás. Fundado em 20 de outubro de 1970 e inicialmente sediado na Praça Universitária, o MAG foi transferido para o Bosque dos Buritis em 1981, tornando-se referência em artes visuais e guardião de um acervo composto por obras de nomes como Siron Franco, Antônio Poteiro, Frei Confaloni, DJ Oliveira, Gustav Ritter, Cleber Gouvêa, Amaury Menezes, Maria Guilhermina, entre outros.

Reforma dá o pontapé inicial aos trabalhos que devolvem a vitalidade e capacidade de conservação ao MAG

A requalificação do Museu de Arte de Goiânia contou com um conjunto de intervenções estruturais consideradas essenciais para garantir a preservação de seu acervo e a plena acessibilidade do espaço. O Projeto de Manutenção, Acessibilidade e Continuidade do MAG custou R$ 200 mil, e incluiu:

  • restauração completa do teto do átrio central, anteriormente deteriorado;
  • reforma das salas Reinaldo Barbalho e Aquário, antes comprometidas por infiltrações;
  • adequação da entrada principal, com integração da obra Calçada da Fama, de Siron Franco, ao novo projeto de acessibilidade, garantindo circulação plena para pessoas com mobilidade reduzida

Com produção executiva de Wellington Dias, museologia de Henrique Moreira Oliveira e curadoria e mediação artística de Antônio da Mata, esta primeira revitalização devolve ao MAG o caráter de espaço público vivo, aberto ao encontro, à formação e ao diálogo com a diversidade cultural da cidade, sendo assim, é o início de um projeto que prosseguirá com novas intervenções, tão logo sejam captados novos recursos.

“A arte é um patrimônio coletivo, e nosso propósito no MAG é garantir que todos possam usufruí-la. Esta é a primeira parte de uma reforma, que garante acessibilidade e preservação, mas ainda há trabalho a fazer, como a reforma do espaço da Reserva Técnica, que é onde ficam protegidas as obras do nosso acervo que não estão em exposição.”, afirma o gerente e curador Antônio da Mata.

Reabertura presta homenagem a um fundador do próprio museu

Escolher Amaury Menezes para a exposição de reabertura tem um significado simbólico profundo. O artista — considerado um dos nomes mais importantes das artes visuais em Goiás — foi um dos criadores e primeiro diretor do MAG, responsável pela estruturação inicial do museu, pela definição de políticas expositivas e pela reunião do primeiro acervo institucional, que incluía obras oriundas da Exposição do Congresso Nacional dos Intelectuais (1954).

Além de sua relevância histórica para o MAG, Amaury é reconhecido por sua vasta trajetória como pintor, desenhista, gravador e muralista. Suas obras traduzem a sensibilidade do cotidiano goiano e dialogam com temas urbanos, rurais, afetivos e identitários ao longo de mais de seis décadas de produção.

A mostra reúne 80 obras, entre aquarelas, pinturas, gravuras e desenhos, produzidas dos anos 1950 aos anos 2020, ocupando simultaneamente a Sala Reinaldo Barbalho e a Sala Amaury Menezes, que leva o nome do artista.

Mais do que uma exposição retrospectiva, trata-se de um gesto de homenagem a um dos pilares da arte goiana, que este ano completou 95 anos. É também o reconhecimento de sua contribuição decisiva para a formação de gerações de artistas e para o fortalecimento institucional do museu.

Reabertura amplia acesso, formação e aproximação com o público

A primeira revitalização do MAG não se limita às melhorias físicas. O projeto prevê ações educativas e democratizadoras que aproximam estudantes e visitantes do patrimônio cultural da cidade, como: visitas guiadas para escolas da rede pública; mediação artística conduzida pela equipe do museu e ações de formação e difusão cultural

Com isso, o MAG reafirma seu papel como espaço de cidadania, memória e criação — aberto à comunidade e comprometido com o ensino da arte em todas as suas dimensões.

Sobre Amaury Menezes

José Amaury de Menezes, nascido em 1930 em Luziânia (GO) e radicado em Goiânia desde 1936, é um dos pioneiros da capital e um dos nomes mais influentes das artes visuais em Goiás. Formado na Escola de Belas Artes da Universidade Católica de Goiás, estudou com mestres como Frei Nazareno Confaloni, Dj Oliveira e Gustav Ritter. Participou da histórica exposição “10 Artistas de Goiás”, no Masp, em 1966, e destacou-se internacionalmente como aquarelista, recebendo o Prix Lucien Martial, na França, em 1991.

Foi professor e diretor da Escola Goiana de Belas-Artes, além de fundador e primeiro diretor do Departamento de Artes e Arquitetura da Universidade Católica de Goiás (atual PUC Goiás). Autor de “Da Caverna ao Museu – Dicionário das Artes Plásticas em Goiás”, integrou importantes instituições culturais e teve seu nome homenageado em edifícios, ruas e projetos editoriais. Recebeu distinções como o título de Comendador da Ordem do Mérito Anhanguera, a Medalha do Mérito Cultural e o Troféu Jaburu, maior honraria do Conselho Estadual de Cultura.

GED

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