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Ministério da Agricultura investiga morte de cavalos por suspeia de feno contaminado em Goiânia

Nove dos 27 animais que apresentaram sintomas faleceram; caso é acompanhado por técnicos do Mapa e pela Polícia Civil

Por : Ana Lúcia

O silêncio no estábulo deu lugar à apreensão depois que técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) chegaram a Goiânia para investigar a morte de nove cavalos no Instituto Equestre Camilla Costa, localizado na capital. A principal suspeita é de que os animais tenham sido intoxicados por feno contaminado com fungos, o que provocou sintomas graves e, em alguns casos, fatais.

As equipes do Mapa estão colhendo amostras e evidências para análise laboratorial. A Polícia Civil também apura o caso, que já mobiliza veterinários, estudantes e defensores da causa animal em todo o estado.

De acordo com Camilla Costa, proprietária do instituto, os 27 cavalos que apresentaram sintomas estão sendo medicados e monitorados por uma equipe veterinária até que o quadro clínico seja estabilizado. Ela explicou que, após a morte dos nove animais, trocou o fornecedor do feno e reforçou os protocolos de segurança alimentar.

“Estamos fazendo de tudo para salvar os que restaram. Ninguém imagina a dor que é ver um animal sofrendo assim. Trocamos o fornecedor e estamos acompanhando cada passo dos que estão em tratamento”, declarou Camilla ao Diário Goiás em Destaque.


⚠️ Sintomas e suspeita de contaminação

A hipótese mais provável, segundo funcionários do local, é que o feno tenha sido empacotado de forma incorreta, favorecendo a proliferação de fungos e toxinas letais para os equinos. O material contaminado teria sido entregue ao instituto e utilizado na alimentação diária dos animais.

Os primeiros sinais da intoxicação — como cólicas severas, apatia, desidratação e choques — foram notados ainda na última sexta-feira (17/10). Desde então, veterinários e voluntários acompanham os quadros clínicos com hidratação intensiva, medicamentos e cuidados de emergência.

A estudante de veterinária Samy Castro, que realizou estágio no Instituto Camilla Costa, tem auxiliado de forma voluntária e lamentou o ocorrido nas redes sociais.

“O cavalo é muito sensível, por mais que pareça forte. Se ele come algo errado, o organismo reage de forma violenta. A dor é intensa, e muitos acabam não resistindo”, afirmou Samy.


🐴 Relembre o caso

O episódio ganhou repercussão na última segunda-feira (20/10), quando o número de mortes chegou a nove animais, entre eles Galega, uma potrinha de apenas cinco meses, que havia apresentado melhora, mas não resistiu.

Desde o início dos sintomas, médicos veterinários, estagiários e voluntários se revezam nos cuidados dentro do instituto. “A batalha que estamos lutando não está fácil. Pedimos orações, seja qual for a crença”, publicou Camilla em uma rede social.

Os demais cavalos seguem sob observação e tratamento contínuo, com reforço alimentar supervisionado e exames laboratoriais diários.


🔬 Ações das autoridades

Ministério da Agricultura deve concluir nas próximas semanas o laudo técnico sobre o tipo de contaminação do feno e o possível agente tóxico. O material recolhido está sendo encaminhado a laboratórios especializados em segurança alimentar animal.

Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (DEMA), também acompanha o caso para apurar eventual responsabilidade criminal do fornecedor.

Enquanto isso, a equipe do instituto tenta reverter o quadro dos cavalos sobreviventes e evitar novos episódios.

“Estamos fazendo tudo o que é possível com apoio dos veterinários. Não vamos desistir de nenhum deles”, disse Camilla.


🐎 Contexto de casos semelhantes

Nos últimos meses, outros episódios de intoxicação de equinos por ração e feno contaminados foram registrados no país, incluindo ocorrências em propriedades de Goiás e Minas Gerais. Em um desses casos, mais de 600 cavalos morreram após ingerirem ração adulterada, segundo dados divulgados por órgãos de fiscalização.

As autoridades reforçam a importância de os criadores armazenarem o feno e a ração em locais secos e ventilados, além de exigirem dos fornecedores laudos de procedência e controle sanitário.


📍 Situação atual

Até o momento, o Instituto Equestre Camilla Costa mantém 18 animais em tratamento. Todos os procedimentos estão sendo acompanhados por veterinários, e os espaços de alimentação foram totalmente desinfetados.

Os resultados laboratoriais do Mapa devem indicar se houve presença de micotoxinas — substâncias tóxicas produzidas por fungos que se proliferam em alimentos mal armazenados —, principal hipótese levantada pelos especialistas.


🗣️ Declaração final

“Estamos de luto pelos que perdemos e cuidando dos que ainda estão conosco. O que queremos agora é justiça e respostas”, afirmou Camilla, emocionada.

GED

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