Governador Caiado acusa Nogueira de tentar influenciar escolha de Bolsonaro para 2026

Por Ana Lucia
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A disputa interna na federação União Progressista explodiu no último domingo (5/10), com troca de farpas entre o governador Ronaldo Caiado (União-GO) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). Pré-candidato à Presidência em 2026, Caiado acusou Nogueira de tentar forçar um apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), em benefício próprio para se colocar como vice em uma eventual chapa paulista.
“A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice de Tarcísio é vergonhosa, ele já se coloca como porta-voz de Bolsonaro, o que não é”, afirmou Caiado em postagem no X, antigo Twitter.
O governador goiano destacou ainda que, caso Bolsonaro deseje indicar alguém como porta-voz, isso seria feito por um de seus filhos ou pela esposa Michelle. Ele criticou a postura do senador, afirmando que Nogueira “não tem estatura política para julgar pré-candidaturas a presidente”.
Em entrevista ao jornal O Globo, Ciro Nogueira afirmou que Bolsonaro teria apenas duas alternativas: apoiar Tarcísio ou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Caiado rebateu dizendo que Nogueira tenta decidir pelos outros, prejudicando nomes como Romeu Zema (Novo-MG), Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o próprio Caiado.
Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do TSE e condenado no STF a 27 anos de prisão por envolvimento em trama golpista. Por isso, tem sido aconselhado a indicar um sucessor para manter sua influência política no campo da direita.
Caiado reforçou que respeitará a decisão de Bolsonaro, mas lembrou seu histórico de apoio ao ex-presidente em 2018, quando Ciro resistia à candidatura de Bolsonaro. O governador também destacou seus 88% de aprovação em Goiás, contrastando com a limitada força eleitoral de Nogueira no Piauí.
Com a federação União Brasil-PP, Caiado e Ciro tornaram-se quase colegas de partido, funcionando eleitoralmente como uma única legenda por pelo menos quatro anos. O acordo visa construir uma identidade ideológica de direita e lançar uma candidatura competitiva para concorrer contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.