Saúde

Estômago e cérebro “conversam” e podem influenciar saúde mental, aponta estudo

Já sentiu dor de barriga antes de uma prova ou reunião importante? Ou precisou correr para o banheiro devido à ansiedade? Pesquisas recentes mostram que essas experiências não são apenas coincidência: há ciência por trás da conexão entre intestino e cérebro, conhecida como eixo intestino-cérebro.
Um estudo publicado na Nature Mental Health pela pesquisadora Leah Banellis, da Universidade de Aarhus, analisou 243 voluntários com eletrogastrogramas, ressonâncias magnéticas funcionais e questionários sobre saúde mental. Usando aprendizado de máquina, a equipe encontrou um acoplamento entre os ritmos elétricos do estômago e padrões de atividade cerebral.
O resultado é curioso: quanto mais forte essa sincronização, piores eram os indicadores de saúde mental. Participantes com comunicação mais intensa relataram maior ansiedade, depressão, estresse e fadiga, enquanto aqueles com acoplamento mais fraco apresentaram melhor bem-estar e qualidade de vida.
O estudo sugere que o padrão de comunicação estômago-cérebro pode influenciar como sentimos nossas emoções, servindo futuramente como biomarcador objetivo de saúde mental. Isso poderia permitir diagnósticos mais precisos e intervenções inovadoras, incluindo medicamentos, alimentos ou dispositivos capazes de regular essa comunicação.
Banellis e sua equipe também investigam outros fenômenos, como como a incerteza intensifica a dor, a música desperta emoções mais fortes e o que acontece no cérebro durante devaneios. Esses projetos reforçam a importância de considerar o corpo e suas interações fisiológicas na compreensão das emoções e da saúde mental.

GED

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