Brasil mantém COP30 em Belém apesar de críticas e pressão internacional por mudança de sede

Da Redação
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A realização da COP30 em Belém do Pará, marcada para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025, foi oficialmente reafirmada pelo governo brasileiro, apesar da forte pressão internacional para mudança de sede. Representantes de pelo menos 25 países, incluindo o Grupo Africano de Negociadores e nações europeias como Holanda e Polônia, haviam demonstrado preocupação com os altos custos de hospedagem e falta de acomodações adequadas na capital paraense.
Durante coletiva com jornalistas no último dia 1º, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, foi direto: “A COP vai ser em Belém, o encontro de chefes de Estado vai ser em Belém e não há nenhum plano B.” A fala buscou encerrar especulações surgidas após uma reunião de emergência convocada pela ONU, em resposta à insatisfação dos países que alegam não ter orçamento suficiente para custear a participação de delegações completas.
Para mitigar os efeitos da inflação hoteleira, o governo brasileiro anunciou medidas. Foram reservados 2.500 quartos com preços controlados: 15 unidades por país para 73 nações de menor desenvolvimento, com diárias entre US$ 100 e US$ 200. Para os demais países, 10 quartos por delegação foram garantidos, com tarifas que variam de US$ 220 a US$ 600. Além disso, dois navios de cruzeiro funcionarão como hotéis flutuantes, com capacidade para 6 mil pessoas.
A plataforma Airbnb e o site Booking também estão em articulação com o governo para ampliar a oferta de hospedagem com a inclusão de imóveis de moradores locais. Belém conta hoje com 18 mil leitos e prevê entregar três novos hotéis de alto padrão até novembro. A meta é garantir espaço para aproximadamente 45 mil visitantes esperados para a conferência.
Ainda assim, as críticas persistem. A situação acendeu debates sobre a capacidade logística da cidade e levantou polêmicas sobre a presença de lobistas, críticas à política ambiental brasileira e disputas entre modelos de desenvolvimento para a Amazônia. Segundo entidades sociais, o evento deve servir para promover justiça climática, valorização dos saberes tradicionais e soluções sustentáveis, não apenas como vitrine internacional.
Uma nova rodada de discussões está marcada para o próximo dia 11 de agosto, com foco em transporte, alimentação, segurança e, principalmente, o compromisso do Brasil em assegurar uma COP inclusiva.