5G avança no Brasil, mas enfrenta entraves locais para expansão

Da Redação
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Neste dia 7, o Brasil celebra três anos da implantação da tecnologia 5G, com mais de mil cidades conectadas à nova geração da internet móvel. Segundo a Conexis Brasil Digital, que representa as operadoras de telecomunicações, 1.025 municípios já contam com a rede, beneficiando mais de 47 milhões de pessoas e atingindo mais de 70% da população brasileira.
A primeira cidade a receber o sinal 5G foi Brasília, em 6 de julho de 2022. Desde então, a tecnologia se expandiu principalmente para centros urbanos mais populosos. O estado de São Paulo lidera em infraestrutura, com mais de 10,2 mil antenas distribuídas em 622 municípios, o que representa 25% de todas as instalações do país. Na outra ponta está o Acre, com apenas 169 antenas em funcionamento em cinco cidades.
Segundo as regras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras deveriam atender todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes até julho de 2025. No entanto, as metas foram alcançadas com antecedência: além de cumprir 100% das exigências, as empresas avançaram 60% nas obrigações previstas para 2026.
Apesar do avanço, a expansão enfrenta obstáculos em muitos municípios. De acordo com a Anatel e o movimento ANTENE-SE, a ausência de legislação local para a instalação de antenas, conforme determina a Lei Geral das Antenas (Lei nº 13.116/2015), atrasa a chegada do 5G em diversas regiões.
Atualmente, 450 cidades têm leis aprovadas e concentram 85% das estações em operação. Já em 849 municípios sem legislação adequada, estão apenas 15% das antenas, o que compromete a qualidade do serviço. Em locais com lei atualizada, a média é de uma antena para cada 3.189 habitantes; nos demais, o número salta para 7.031 por estação.
“A ausência de uma lei local específica dificulta a instalação de novas antenas e prejudica a cobertura do 5G, que exige cinco vezes mais antenas que o 4G”, alertou a Anatel.