Goiânia

“1 mil dias mais doloridos da minha vida”: mãe de jovem que teve reação grave após cheirar pimenta desabafa sobre a luta pela recuperação da filha

Adriana Medeiros, mãe de Thaís Medeiros, jovem que sofreu uma reação alérgica grave ao cheirar um vidro de pimenta em 2023, desabafou nas redes sociais ao marcar os 1.000 dias desde o acidente. Emocionada, ela afirmou que vive “os dias mais doloridos” de sua vida e que, apesar do cansaço e das dificuldades, segue com fé em Deus e confiança nos médicos.

“Esses são os mil dias mais doloridos da minha vida. Já não sei mais o que fazer, a não ser esperar em Deus. Vivo sem saber o que fazer…”, escreveu Adriana na legenda do vídeo publicado nesta terça-feira (28).

Nas imagens, a mãe aparece ao lado da filha, fazendo carinho e relembrando os desafios enfrentados desde o episódio. Thaís, que tinha 27 anos quando sofreu o acidente, vive hoje com lesões permanentes no cérebro, que comprometeram seus movimentos e a fala.


O acidente que mudou uma família

O caso ocorreu no dia 17 de fevereiro de 2023, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Thaís estava na casa do namorado quando, em meio a uma conversa na cozinha, cheirou um frasco de pimenta e teve uma reação alérgica imediata. Segundo familiares, ela começou a sentir coceira na garganta, falta de ar e perda de forças.

Ela foi levada às pressas para o hospital e ficou internada na UTI da Santa Casa de Anápolis por mais de 250 dias. De acordo com o médico Ruben Dias, o episódio provocou um longo período de falta de oxigenação no cérebro, resultando em lesões irreversíveis.

“O coração não bombeava sangue adequadamente e o cérebro ficou sem oxigênio. Essa lesão é irreversível e de gravidade muito grande”, explicou o médico à época.

Thaís, que é mãe de duas meninas, hoje depende integralmente dos cuidados da família e de uma equipe de profissionais de saúde.


Recuperação lenta e rotina exaustiva

Desde o acidente, a família mantém uma rotina intensa de fisioterapia, fonoaudiologia, alimentação especial e acompanhamento médico 24 horas por dia. Segundo Adriana, os custos mensais com o tratamento ultrapassam R$ 16 mil.

“A gente vive num medo constante. Essa espera é doída. O que for melhor pra ela, Deus vai fazer. Eu não peço mais que ela fique nem que vá. Tudo está nas mãos de Deus”, afirmou Adriana, emocionada.

padrasto de ThaísSérgio Alves, contou que a jovem apresenta sinais de consciência — sorri, reage a sons e expressões, e até movimenta os olhos em direção às conversas —, embora não fale nem se mova de forma independente.

Em agosto deste ano, a Justiça determinou que Thaís recebesse atendimento domiciliar (home care) custeado por plano de saúde, após dois anos de batalha judicial. O benefício, no entanto, tem validade de seis meses e deverá ser renovado na Justiça.


O desabafo de uma mãe

Adriana Medeiros tornou-se símbolo de força e resiliência, compartilhando nas redes a rotina de cuidados e a luta por esperança.

“Que mãe queria ver um filho assim? Eu queria duas coisas: ou estar no lugar dela, ou que nada disso tivesse acontecido. Mas eu sempre vou fazer o melhor possível para que ela fique confortável”, declarou.

Além da filha, Adriana diz encontrar motivação nas netas, filhas de Thaís, que acompanham o tratamento da mãe. “Quero que elas cresçam sabendo que fizemos o melhor pela mãe delas.”


Entenda o caso

  • Data do acidente: 17 de fevereiro de 2023
  • Local: Anápolis (GO)
  • Causa: reação alérgica severa após cheirar pimenta
  • Consequência: lesão cerebral irreversível e sequelas motoras e de fala
  • Internação: mais de 250 dias em UTI
  • Condição atual: cuidados domiciliares e reabilitação contínua

Esperança e fé

Mesmo com o quadro clínico delicado, Adriana afirma que não perde a fé. “Cada sorriso, cada pequeno movimento é uma vitória. São mil dias de dor, mas também de amor e de aprendizado sobre o que é cuidar sem limites.”

A família segue em campanha para manter o tratamento de Thaís, com apoio de doações e amigos próximos.

GED

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