Vereador William Panda promove debate sobre cortes na Educação
O corte anunciado para a área da educação foi tema de audiência pública na manhã da quarta-feira, 15, na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia.
A proposta foi do vereador William Panda (PCdoB) e foi motivada após o Ministério da Educação (MEC) anunciar um congelamento orçamentário que atinge recursos desde a educação infantil até a pós-graduação. Nas Universidades Federais, o bloqueio informado foi de 30% dos recursos. Estudantes, diretores, professores e trabalhadores da educação participaram do evento em defesa da educação.
“Essa audiência foi uma solicitação das próprias Universidades e o que nós precisamos é que todas as Casas Legislativas do Estado Goiás abracem a causa e façam uma ação de repúdio aos cortes”, justificou Panda.
Em seguida, o parlamentar fez um relato sobre sua relação com o ensino federal.
“Estudei na Universidade federal de Goiás (UFG) em 2002 e acompanhei o desenvolvimento dela desde então. Entretanto, nos últimos anos, temos visto uma política de cortes contra o ensino superior. Não podemos permitir esse ataque a instituições que estão classificadas entre as melhores do país”, lamentou.
William Panda concluiu sua fala citando dados que comprovam a relevante atuação da UFG junto à comunidade, principalmente àqueles mais carentes.
Um dos que solicitou a audiência junto ao vereador Panda, o Diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UFG Campus de Aparecida de Goiânia (FCT/UFG), Julio César Valandro, falou sobre o objetivo do evento.
“A intenção dessa discussão é defender um dos patrimônios mais sagrados desse país que é a educação. Nossa papel é denunciar o que está acontecendo e pedir o apoio incondicional dos vereadores que, de antemão, sei que teremos”, explicou o Diretor, que em seguida fez um comparativo com os investimentos em pesquisas em outros países.
“Enquanto em países desenvolvidos altos investimentos são feitos em ciência e tecnologia, aqui estamos num rumo contrário. É de deixar perplexo o caminho que estamos tomando”, comparou.
Por fim, Julio César apontou diversos projetos que estão em andamento na UFG e que trariam benefícios diretos à sociedade, mas que correm riscos de paralisação devido aos cortes.
Representando o Prefeito Gustavo Mendanha (MDB), o secretário Chefe da Casa Civil, Olavo Noleto, falou um pouco sobre o posicionamento da Prefeitura e sua visão pessoal sobre a medida anunciada pelo MEC.
“Como sempre digo, Governo não faz oposição a Governo. A prefeitura sempre teve parceria com o Governo Federal e continuará tendo, mesmo atenta às consequências que essas medidas podem trazer. Entretanto, na minha visão pessoal, estou assustado e bastante preocupado com o futuro das Universidades e, por isso, digo que não podemos deixá-las desamparadas. A UFG, por exemplo, é um pilar estratégico pro desenvolvimento de nossa cidade”, pontuou o Secretário.
A Diretora Geral do Instituto Federal de Goiás Campus Aparecida de Goiânia (IFG), Ana Lúcia Siqueira, discorreu sobre os impactos que a redução dos recursos trarão aos IFG’s.
“Sou testemunha das transformações que o Instituto trouxe para Aparecida, mas isso já começou a mudar desde o congelamento de gastos com educação, durante o Governo Temer, e agora, pra piorar, estamos caminhando para a total inviabilidade de funcionamento com esses cortes”, alertou Ana Lúcia.
A Diretora concluiu fazendo um apelo aos vereadores, para que entrem, efetivamente, na luta pela educação.
O vereador Manoel Nascimento (DEM) parabenizou a inciativa e lembrou que educação é um direito protegido pela Constituição Federal.
“Educação precisa, na verdade, ser prioridade. Não pode, em hipótese alguma, ser vista como despesa para um governo. O povo só será livre por meio dela. Deixo, assim, meu apoio e solidariedade em defesa dessa importante pauta”, pontuou o vereador.