Tornado deixa rastro de destruição e mortes no interior do Paraná

Fenômeno atingiu Rio Bonito do Iguaçu com ventos que podem ter ultrapassado 250 km/h; seis pessoas morreram e mais de 700 ficaram feridas, segundo a Defesa Civil
Um tornado de grande intensidade atingiu na tarde desta sexta-feira (7) a cidade de Rio Bonito do Iguaçu, no interior do Paraná, provocando destruição generalizada e deixando seis mortos e mais de 700 feridos, de acordo com informações da Defesa Civil Estadual. O fenômeno foi confirmado pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), que classificou o evento preliminarmente como F2, com ventos entre 180 e 250 km/h — mas há indícios de que em alguns pontos a velocidade ultrapassou 250 km/h, o que elevaria a categoria para F3 na escala Fujita.
As rajadas intensas destelharam casas, derrubaram torres e árvores e arrastaram veículos. O cenário é de devastação em vários bairros do município, onde equipes de resgate ainda trabalham no atendimento às vítimas e na busca por desaparecidos. Um homem de 53 anos, morador de Guarapuava, também morreu após ser atingido por destroços.
Entre as vítimas de Rio Bonito do Iguaçu, estão três homens de 49, 57 e 83 anos e duas mulheres de 47 e 14 anos. Há ainda uma pessoa desaparecida e outras que haviam sido dadas como desaparecidas foram localizadas com vida. O governo estadual informou que o número de desalojados e desabrigados ainda está sendo contabilizado, e abrigos temporários foram montados em escolas e ginásios da cidade.
Causa e intensidade do fenômeno
Segundo o Simepar, o tornado foi resultado de um intenso sistema de baixa pressão atmosférica formado entre o Paraguai e o Sul do Brasil, impulsionando o deslocamento de uma frente fria associada a um ciclone extratropical que se moveu do continente em direção ao oceano.
“Por conta dessa combinação de sistemas foram registrados vários temporais severos sobre as regiões Oeste, Sudoeste e Centro-Sul do estado”, informou o Governo do Paraná em nota oficial.
O meteorologista Reinaldo Kneib, do Simepar, afirmou que as imagens de satélite e registros aéreos indicam a possibilidade de reclassificação da intensidade do tornado:
“Vamos continuar analisando as fotos, imagens aéreas e dados da Defesa Civil. Se for o caso, poderemos confirmar um tornado de categoria F3, pois o fenômeno foi extremamente severo”, explicou.
Ciclone extratropical também ameaça outros estados
O Climatempo reforçou que o mesmo sistema de baixa pressão que provocou o tornado está ligado à formação de um ciclone extratropical sobre o Sul do País. A previsão aponta para rajadas de vento acima de 100 km/h em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, com avanço pelo litoral do Rio de Janeiro e do Espírito Santo até o domingo (9).
Diante do cenário de instabilidade, as autoridades estaduais pedem que a população evite áreas abertas e redobre a atenção com estruturas metálicas, árvores e fiações elétricas, devido ao alto risco de quedas e acidentes. A Defesa Civil também alerta para possíveis novos temporais, alagamentos e interrupções no fornecimento de energia nas próximas horas.



