Tensão entre Irã e Israel expõe riscos globais em meio a cessar-fogo instável

Da Redação
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O cessar-fogo firmado neste dia 24 entre Irã e Israel, com intermediação dos Estados Unidos, foi recebido com desconfiança por analistas internacionais e pelas próprias partes envolvidas. Embora a trégua tenha sido anunciada após uma sequência de ataques entre os dois países, o acordo foi interpretado de maneiras conflitantes por Teerã, Tel Aviv e Washington.Em comunicado divulgado na manhã desta terça-feira (24), o Conselho Supremo da Segurança Nacional do Irã celebrou a “vitória” sobre Israel e afirmou que a resposta das Forças Armadas iranianas às agressões forçou o governo de Benjamin Netanyahu a recuar. “A vitória forçou o inimigo a se arrepender e aceitar a derrota e interromper unilateralmente sua invasão”, diz a nota oficial.
O Irã alega ainda que respondeu proporcionalmente a cada ataque, incluindo bombardeios contra a base militar americana de Al-Udeed, no Catar, e que manterá “as mãos no gatilho” diante de qualquer nova agressão. Apesar da trégua, Teerã acusa Israel de ter violado o cessar-fogo ao realizar bombardeios nesta terça, e prometeu responder à altura.
Enquanto o Irã afirma ter imposto a rendição de Israel, o governo israelense divulgou nota afirmando ter alcançado seus principais objetivos na ofensiva: impedir o avanço do programa nuclear iraniano e destruir alvos estratégicos em território inimigo. “Alcançamos a superioridade aérea total sobre Teerã e desferimosw um golpe severo na liderança militar do regime iraniano”, afirmou o gabinete de Netanyahu.
Israel também agradeceu ao presidente Donald Trump pelo apoio militar e diplomático, reforçando que a aceitação do cessar-fogo se deu após a suposta eliminação da “ameaça existencial” representada pelo Irã.Trump, por sua vez, apresentou outra narrativa. Segundo o presidente norte-americano, tanto Israel quanto o Irã o procuraram “quase simultaneamente” para pedir o fim das hostilidades, após o ataque dos EUA às usinas nucleares iranianas no último sábado (21). “Aquele acerto perfeito, tarde da noite, uniu todos”, disse Trump.