Talk shows perdem espaço enquanto podcasts assumem protagonismo no Brasil e no mundo
Mudança de hábito do público e força das mídias digitais deslocam formato tradicional para segundo plano
A paisagem do entretenimento televisivo passa por uma transformação que deixou os talk shows muito distantes de sua era de ouro. O formato, que já foi símbolo de prestígio e referência de entrevistas profundas, perdeu espaço para o consumo sob demanda e para a explosão de podcasts e videocasts. No Brasil, a tendência ficou evidente com a redução do Conversa com Bial para formato semanal a partir de 2026, deixando o The Noite como último representante diário do gênero na TV aberta.
O movimento não é isolado. Nos Estados Unidos, nomes consagrados como Jimmy Kimmel já indicam que devem encerrar sua trajetória nos próximos anos, reforçando que o declínio é global. O avanço acelerado de podcasts após a pandemia intensificou a migração do público, que passou a consumir entrevistas longas, íntimas e acessíveis em qualquer momento do dia. Dados do Spotify mostram crescimento expressivo de produção e audiência no período pós-pandemia.
Enquanto os talk shows enfrentam limitações de duração, linguagem e grade fixa de programação, os podcasts oferecem liberdade, diálogo prolongado e viralização instantânea nas redes. A popularização do formato já gerou reconhecimento internacional, como a inclusão da categoria no Globo de Ouro de 2026. No Brasil, o The Noite se mantém relevante ao se apoiar na força digital, liderando visualizações no YouTube.



