Política

STF suspende julgamento de Bolsonaro e outros sete réus do núcleo golpista

Sessão será retomada nesta quarta-feira (3) para sustentações das defesas; penas podem ultrapassar 30 anos

Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, por volta das 17h55 desta terça-feira (2), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sete réus do chamado núcleo 1 da trama golpista. A análise será retomada na manhã desta quarta-feira (3), às 9h, quando serão ouvidas as sustentações dos advogados dos acusados.

Os réus respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal, teve parte das acusações suspensas, respondendo a apenas três dos cinco crimes.

Pela manhã, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, apresentou o relatório da ação penal, resumindo todas as etapas do processo, desde a investigação até a fase de alegações finais. O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os acusados. Foram designadas oito sessões para análise do caso, marcadas para 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro. A votação que definirá condenações ou absolvições ficará para as próximas sessões, com penas que podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Após o intervalo do almoço, os advogados iniciaram as sustentações:

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, teve mantida sua delação premiada, negando coerção da PF ou do ministro Moraes.
  • Alexandre Ramagem negou monitoramento ilegal de ministros e afirmou que apenas compilava pensamentos do presidente.
  • Almir Garnier declarou que não colocou tropas à disposição para o golpe de 2022.
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, classificou a chamada minuta do golpe encontrada pela PF como “minuta do Google”.

O julgamento ocorre em meio a intensa atenção da sociedade e da imprensa, dado o impacto político e jurídico dos crimes, que envolvem a tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022 e a manutenção do Estado Democrático de Direito.

GED

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