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O Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego) anunciou que recorrerá da liminar emitida pelo Tribunal de Justiça de Goiás, que suspendeu a greve dos médicos credenciados à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A greve, que tinha início previsto para esta segunda-feira (9), foi impedida pela decisão do desembargador Itamar de Lima, que apontou a falta de requisitos legais para a paralisação, como negociação prévia e a garantia de um percentual mínimo de profissionais em atividade.

Em resposta, o diretor jurídico do Simego, Bruno Valente, criticou a fundamentação da decisão judicial, destacando que as tentativas de negociação com a gestão municipal falharam repetidamente desde o início das reivindicações. “A decisão judicial deve ser cumprida, mas já estamos buscando a revogação da liminar. Embora precisemos adiar a greve, manteremos nossa agenda de mobilização para garantir que nossas demandas sejam ouvidas”, afirmou Valente.

Apesar da liminar, o sindicato manteve a realização de um ato público no Cais Campinas, onde os médicos se reunirão para protestar por melhores condições de trabalho. A manifestação ocorre dentro dos limites estabelecidos pela decisão judicial, sendo uma oportunidade para dar visibilidade às questões enfrentadas pelos profissionais da saúde na rede municipal.

O movimento visa, entre outras coisas, garantir que as reivindicações dos médicos sejam atendidas de forma eficaz, para evitar que as condições de trabalho precárias persistam. “Queremos que a gestão compreenda a gravidade das nossas demandas e que as condições de trabalho dos médicos melhorem de forma duradoura”, afirmou Bruno Valente.

Em comunicado oficial, o Simego orientou os médicos a cumprirem a decisão judicial, indo aos postos de trabalho, registrando presença e atendendo aos pacientes. O sindicato alertou ainda para as penalidades previstas em caso de descumprimento, incluindo multa diária de R$ 100 mil.

A crise na saúde pública de Goiânia se agrava em um contexto de tensões políticas e administrativas. O Ministério Público recomendou intervenção do Governo de Goiás na saúde da capital, após sucessivas trocas de secretários e denúncias de irregularidades investigadas na Operação Comorbidade. A crise ganhou proporções ainda maiores com a morte de cidadãos goianienses na fila de espera por leitos de UTI, o que aumentou a pressão sobre o sistema de saúde e acentuou o descontentamento dos profissionais da área.

GED

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