Servidores de Goiás protestam por data-base em frente à Assembleia Legislativa
Trabalhadores do Estado querem garantia da reposição salarial por quatro anos sem atualização
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Servidores públicos de Goiás se manifestam, nesta quarta-feira (17), em frente a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) para garantir a data-base – que serve para repor as perdas salariais causadas pela inflação – para o exercício 2022. Os valores, segundo entidades sindicais, estariam defasados há anos. Segundo os trabalhadores do Estado, houve perda salarial de 26,8% de 2014 para este ano por causa da inflação.
Destaca-se, 32 entidades representativas do funcionalismo público definiram, em 18 de outubro, esta quarta como data para reinvindicação. À época, eles emitiram um ofício ao governador Ronaldo Caiado (DEM) que considera quatro anos sem reajuste como motivo para o protesto.
“Considerando que não foram aplicadas as revisões gerais nos anos de 2015, 2018, 2019 e 2020, no momntante de 26,81%, resolvem (…), solicitando, em regime de urgência, agenda conjunta com os representantes classistas para discutir a possibilidade de pagamento das revisões gerais anuais em atraso”, se dirigiram ao governador Ronaldo Caiado.
Gilberto Cândido de Lima, presidente da Associação de Cabos e Soldados e presente no ato, falou na possibilidade de paralisação. “Há mais de cinco anos não temos reposição salarial. Governo diz não ter dinheiro, mas arrecadação do Estado aumenta. Uma paralisação do servidor público, com PM, Bombeiros, sabemos que traz transtorno, mas precisamos do apoio da sociedade”, disse ao completar que uma assembleia geral ocorrerá, nesta quarta, para definir essa questão.
Sem condição de pagamento
Apesar da demanda ser motivada por quatro anos sem reajuste, vale lembrar, a secretária de Economia, Cristiane Schmidt, prestou contas na Assembleia Legislativa de Goiás em audiência pública realizada em 13 de outubro e negou a possibilidade de reposição no ano que vem. Ao responder a questionamentos dos deputados, ela disse que o Estado de Goiás não pode pagar a data-base em Goiás para o exercício de 2022, pois “temos um teto de gastos para cumprir”. Segundo Schmidt, é preciso agir com cautela, já que há incertezas sobre as receitas do Estado no ano que vem.
“Se temos uma incerteza enorme em relação às receitas do próximo ano, é preciso agir com cautela. Todos os servidores terão promoções e progressões. Mas não haverá data-base. Temos um teto de gastos a cumprir. Caso contrário, teremos uma multa, o que será muito ruim para toda a sociedade”, explicou.
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