Política

Senadores goianos assinam pedido de impeachment contra Alexandre de Moraes

Senadores Jorge Kajuru, Pedro Chaves e Wilder Morais estão entre os 40 parlamentares que assinaram o pedido de impeachment do ministro do STF

Os três senadores de Goiás (Jorge Kajuru-PSB, Pedro Chaves-MDB e Wilder Morais-PL) estão entre os 40 parlamentares que assinaram o pedido de abertura de processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa é liderada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e precisa de 41 assinaturas para ser levada ao plenário do Senado.

A ofensiva política é coordenada pelo líder do PL no Senado, Carlos Portinho (RJ), que divulgou nas redes sociais a lista com os nomes e rostos dos senadores que aderiram à proposta. O texto protocolado acusa o ministro Moraes de abuso de autoridade e violação do devido processo legal, com foco em sua atuação nos inquéritos que investigam aliados de Bolsonaro.

Embora o regimento da Casa exija 41 assinaturas para admissão da denúncia, o avanço do pedido depende exclusivamente do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que até o momento não demonstrou disposição para acatar a demanda. Para que Moraes seja efetivamente afastado do STF, seriam necessários 54 votos — dois terços dos senadores.

Posicionamentos divergentes

O senador Pedro Chaves (MDB) informou à coluna Giro, do jornal O Popular, que sua assinatura no pedido foi feita a pedido de Vanderlan Cardoso (PSD), de quem é suplente. Em nota à imprensa, Vanderlan reforçou sua posição crítica ao que chama de “excessos” de Moraes, e alertou para a “concentração de poderes” no STF, alegando que o ministro atua como investigador, acusador e julgador nos mesmos processos.

Já Wilder Morais (PL), que no passado articulou apoio à indicação de Moraes ao Supremo, adotou um tom mais duro recentemente. Em manifestação pública durante um ato bolsonarista no último domingo (3), Wilder declarou que pressionará colegas senadores para pautar o impeachment do ministro.

O senador Jorge Kajuru (PSB) lembrou que é autor de dois pedidos de impeachment contra Moraes desde 2021. Em discurso no Senado, em setembro de 2024, cobrou reconhecimento pela iniciativa e destacou ter coletado mais de cinco milhões de assinaturas em apoio, em ação liderada pelo comentarista Caio Coppolla.

Alcolumbre resiste à pressão

Apesar da pressão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou a interlocutores que não aceitará “chantagem política” e não vê clima para levar o processo adiante. Em resposta à obstrução da Mesa Diretora feita por um grupo de parlamentares, Alcolumbre convocou sessão deliberativa remota para esta quinta-feira (7), às 11h, com o objetivo de manter o funcionamento da Casa e evitar o bloqueio da pauta legislativa.

Nos bastidores, lideranças do Senado e do governo federal avaliam que a proposta tem poucas chances de avançar. Além dos trâmites políticos complexos, há temor de que o impeachment de um ministro do STF agrave ainda mais as tensões entre os Poderes da República.

GED

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