Secretária do Psol Goiás sofre ato de intolerância religiosa durante viagem por aplicativo, em Goiânia
Geovanna diz que já passou por diversas situações durante as viagens nas quais se sentiu em perigo ou que sofreu preconceito
A secretária-geral do Psol Goiás e motorista de aplicativo, Geovanna Xavier, de 36 anos, denunciou em suas redes sociais na última semana ter sofrido atos de intolerância religiosa por parte de um pastor evangélico que foi seu passageiro. Segundo Geovanna, que é adepta à Umbanda, o passageiro começou a pregar no meio da viagem e dizer que a motorista “não estava seguindo um bom caminho”.
“Eu iniciei a corrida com esse senhor e mais uma moça próximo à região da Pecuária. No decorrer da viagem, ele começou a querem pregar. Até aquele momento eu não havia dito nada sobre minha religião, mas ele viu minhas guias e disse que eu deveria ‘mudar de caminho’ e ir para a igreja”, comentou Geovanna em entrevista ao O Hoje.
Apesar dos pedidos da motorista para que o pastor parasse com as falas, que poderiam configurar intolerância religiosa, ele continuou a pregação, insistindo para que Geovanna deixasse sua religião. Foi quando a motorista encerrou a corrida e pediu aos passageiros que descessem do veículo. “Já passei por várias experiências como essa, com religiosos que até já colocaram suas mãos em meu ombro falando que eu deveria ir para a igreja”, comentou.
Atos de intolerância contra raça, cor ou religião já são previstos como crime no Brasil desde 1989. Na redação dada pela Lei n° 9.459, de maio de 1997, configura crime de discriminação religiosa “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, com pena prevista de um a três anos de reclusão e multa.
Riscos
Geovanna também é transsexual, e diz que já passou por diversas situações durante viagens nas quais se sentiu em perigo ou que sofreu algum preconceito. “No ultimo sábado, entrou um rapaz armado no carro. Eu fiquei com muito medo. Já passei por varias situações de transfobia. Eu já denunciei na própria plataforma Uber, mas a 99 não possui instrumentos para fazer denúncias”, concluiu a motorista.
Veja a denúncia feita nas redes sociais: